A Fundação Pró-Memória, de São Caetano abriu nesta quinta-feira (20) a 5ª Vitrine de Arte. Bienal, a exposição gratuita celebra dessa vez o movimento artístico do pós-modernismo, que surgiu no final do século 20 e caracterizado pela ruptura ao misturar tendências de movimentos anteriores. São mais de 130 obras de 76 artistas, todos moradores ou de trabalhadores de São Caetano e com mais de 16 anos.
No pós-modernismo, a principal diretriz dos artistas é o ecletismo, no qual é possível observar colunas jônicas, do século 15, misturadas com cores vibrantes típicas da atualidade. “Hoje a gente aceita muito mais essas tendências, tanto o passado antigo quanto o passado mais recente”, diz Neusa Schilaro Scaléa, coordenadora da Pinacoteca Municipal e curadora da exposição.
Neusa diz que outra característica que se destaca no pós-modernismo, presente nas obras da mostra, é a abstração. Na mesma época que o movimento surgiu, as máquinas fotográficas começavam a chegar às prateleiras das lojas, por isso, a ideia que se tinha era que não havia mais a necessidade de retratar a realidade. “Quando você põe alguma coisa na tela, por exemplo, aquilo nunca é um objeto, é a representação daquilo que você vê”, explica Neusa.
Ainda segundo a curadora, a exposição pode lembrar bastante o realismo para o visitante, mas não como o movimento era visto antigamente. É uma espécie de manifestação artística mais fluida, para fazer o público pensar na obra. São obras que não são reconhecidas imediatamente, com o objetivo de instigar as pessoas.
Entre as obras expostas estão Duas Guerreiras, de Afonso Nitoli, O Violinista, de João Alves da Silva, Buona notte Venezia, de Marcos Sanchez, Mulheres Vermelhas, de Henrique Contini, e Tocadores de Flauta, de Amarildo Corrêa todas inéditas na 5ª Vitrine de Arte.
Critérios
Para participar, cada artista selecionou até três obras autorais, o que resultou em quase 230 trabalhos. Mas por falta de espaço no local, cada peça precisou ser avaliada por uma comissão de especialistas. Entre os profissionais estão professores da Fundação das Artes, em São Caetano, e do Centro Universitário Belas Artes, na Capital, além da colaboração do Instituto de Estudos Brasileiros da USP (Universidade de São Paulo).
Um dos critérios para a escolha dos trabalhos foi a composição que as obras fariam no conjunto da exposição. Para a coordenadora, não há como quantificar a arte, não existe feio e bonito, mas o sentimento e a subjetividade da arte. “É uma coisa que a gente não pode medir”, explica Neusa.
Cenário rico
Na região, Neusa avalia as produções culturais como uma dos grandes destaques. Nos últimos 15 anos, a curadora da 5ª Vitrine de Arte destaca principalmente as intervenções urbanas feitas aqui no ABC. Um dos exemplos são as pinturas sobre azulejos e grafites nas cidades, como é o caso de gravuras transferidas de paredes para telas. “Aqui o cenário é muito rico. O que a gente precisa evitar é que isso caia na mão de pessoas que só pensem no comércio. Nós precisamos respeitar o trabalho desses artistas”, diz.
Na última edição do evento, realizada em 2014, a mostra contou com a participação de 63 artistas, que expuseram fotografias, esculturas, pinturas e instalações, um tipo de manifestação artística composta por elementos organizados em um ambiente. (Colaborou Caíque Alencar)
Serviço:
5ª Vitrine de Arte.
Até 30 de janeiro de 2017, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h; sábados, das 9h às 13h.
Gratuita.
Telefone 4223-4780.