Nesta quarta-feira (19), o Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista do ABC) recebeu levantamento que mapeia a situação do varejo na região, entre os anos de 2007 e 2015. A análise revela que o número de estabelecimentos comerciais que empregam avançou, no período, 15,5%.
A pesquisa foi entregue pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), durante reunião mensal da Coordenadoria Sindical Sul (CSS) da entidade.
Segundo o presidente do Sincomércio, José Carlos Buchala Moreira, os dados da região são importantes para identificar as tendências e direcionar os próximos passos dos comerciantes, que voltaram a se animar com as vendas no segundo semestre deste ano.
A expansão de mais destaque ocorreu nas lojas de móveis e decoração, que registraram 49,5% de aumento. “Houve uma demanda reprimida da satisfação pessoal. Muita gente mudou de casa, comprou apartamento. E na época da crise forte não pôde fazer a decoração. Nesse momento, como ele (consumidor) sente um ar de que as coisas estão melhores, decide investir no ambiente de sua residência”, diz Buchala.
Os segmentos de vestuário, tecido e calçados alcançaram crescimento de 32,9%. Já o número de concessionárias de veículos caiu 10,2%. O comércio varejista do ABC computou, em 2015, 30.423 estabelecimentos comerciais, sendo que 50,9% empregam.
A RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de 2015 mostra que 91,5% dos comércios possuem menos de 10 funcionários, e são compostos predominantemente de micro e pequenas empresas, sendo muitas delas familiares. Na região, 5,3% dos estabelecimentos possuem de 10 a 19 funcionários; 2,3% de 20 a 49; e 0,9% a partir de 50.
As atividades que mais optaram pelo Simples Nacional – regime tributário diferenciado e simplificado, previsto por Lei Complementar nº 01.07.2007, foram concessionárias de veículos, com 37,5%, e lojas de móveis e decoração, com 52,7%.
O levantamento foi feito por economistas da Federação, com base nos dados mais recentes da RAIS, do Ministério do Trabalho.
Natal
Questionado sobre a expectativa do varejo para as vendas de final de ano, Buchala afirma que não é esperado crescimento, mas uma estabilidade em relação ao ano passado. “Vamos ter uma inflação de uns 9%; descontado a inflação nós vamos manter a mesma linha do varejo do ano passado. Alguns setores estão se recuperando mais rápido, como o setor de supermercados”, afirma.
Já sobre a recuperação do comércio varejista, ele diz que vai ocorrer somente a partir do ano que vem. “Nós paramos de cair, nós paramos de descer o poço, chegamos ao fundo do poço. Não estamos em recuperação ainda, essa recuperação deve acontecer no segundo semestre do próximo ano”, pontua.
Segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, houve retração de 0,6% na atividade varejista no país durante o mês de setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, já descontados os efeitos sazonais. Com relação ao mesmo mês do ano passado, setembro deste ano teve retração de 6,3% na movimentação dos consumidores nas lojas.
Até setembro de 2016, isto é, no acumulado do ano, até o comércio varejista registra queda de 7,7%, perante o mesmo período do ano passado.