Em entrevista ao RDtv, o candidato a prefeito de Santo André, Ricardo Alvarez (PSOL), apresentou as propostas que pretende implantar caso seja eleito em outubro. Ele afirmou que o PSOL “não tem rabo preso” e propôs mudanças na forma de gestão de mobilidade, segurança, entre outros. O candidato concedeu entrevista depois de ter participado de sabatina na Rádio ABC. As respostas estão disponíveis na íntegra no Youtube.
Como seria a gestão da segurança em um governo do PSOL?
Temos uma avaliação crítica nesta área de segurança. Na forma como tem sido aplicada no Brasil nas últimas décadas é uma questão de investir no “prendo e arrebento”. Acreditamos que esta linha é falida e não funciona. Temos que investir em outras linhas, temos que investir na prevenção, rondas pela cidade já tem um efeito muito significativo. Vamos investir em prevenção e vamos investir em inteligência.
O que o candidato pretende fazer na área da saúde?
Em nosso plano de governo temos uma obra que é de grande monta que é construir um hospital no 2° subsdistrito. Isso é uma demanda necessária, muito antiga, provocaria uma redução da ocupação de leitos no primeiro distrito, então é absolutamente necessária, e no programa já deslocamos inclusive recursos pra isso, é nossa única grande obra, fundamental. Uma segunda questão é a valorização do SUS. Tem candidatos falando que vai distribuir cartão de atendimento para quem é de Santo André, nós entendemos que isso é um recuo do ponto de vista político para o atendimento a saúde. E o SUS é universal, ele não tem que discriminar ninguém. E também tem a questão animal, que também estamos dando atenção pra ela no governo. Hoje é uma realidade, as famílias têm a cada dia mais animais dentro de casa e isso precisa receber atenção do poder público.
Quais as ideias para a Educação?
A educação municipal de Santo André é de qualidade, porque grande parte dos profissionais são formados pela Fundação Santo André que forma profissionais altamente qualificados, então é uma escola de qualidade. Mas precisamos melhorar, acelerar o plano municipal de educação, implantar o período integral gradativamente. É impossível colocar ensino integral em quatro anos para toda a rede, mas vamos acelerar para além do que o plano municipal de educação propõe. A grande carência hoje é creche, no nosso plano de governo a proposta é zerar a fila nos próximos quatro anos. Isso também está no plano municipal de educação mas em uma velocidade muito mais lenta. A nossa proposta é que em quatro anos nós zeramos a demanda da creche no município. E temos que realizar nas escolas municipais que incluam em período integral a educação, esporte, lazer e cultura.
Como lidar com as dívidas da cidade, como precatórios e a dívida cobrada pela Sabesp?
Primeiro lugar tem uma questão que se fala pouco em campanha, mas para nós do PSOL é uma questão essencial, criar mecanismos eficientes de combater a evasão. Existe evasão no município de Santo André, sabemos que a prefeitura não publica esses dados, mas sabemos que isso existe. Então temos que conter a evasão. Uma delas por exemplo, quando eu estava na Câmara mexi um pouco com isso, é a questão de pagamento do IPTU das grandes propriedades. Eu lembro de uma lista de grandes devedores de Santo André e grande parte da lista era composta lá no topo de grandes devedores relacionadas ao pagamento de IPTU. Então você que tem lá o seu terreno, sua casa, mora nela, paga seu IPTU em dia, mas algumas empresas que são pessoas físicas que tem grandes terrenos na cidade não pagam IPTU. Então temos que ser rigorosos com isso em relação à cobrança dos impostos do município. Em especial combater a evasão das grandes empresas e grandes contribuintes.
Como garantir o desenvolvimento econômico de Santo André?
Nós do PSOL não defendemos guerra fiscal. A guerra fiscal é um jogo de forças de soma zero. Você pega um lugar, joga no outro, muda territorialmente essa questão da produção do PIB, mas não muda nacionalmente. Então entendemos que essa guerra fiscal vem em benefício ao grande capital. E na maior parte das vezes o grande capital é beneficiado com redução de impostos e não gera os empregos que seriam o fundamental para o município, ou seja, há um impacto social bastante reduzido e pouco significativo. Então. pra nós do PSOL, [o objetivo] é combater a guerra fiscal e forçar o governo federal a mudar a política econômica dele, agora o município pode agir nesse sentido. A prefeitura de Santo André pode ser um vértice importante para unir de um lado o ensino superior na região, a prefeitura de Santo André e o segmento econômico de pequenos e médios comerciantes e pensar o desenvolvimento das atividades econômicas a partir dessa conjugação de fatores. Prefeitura, pequeno e médio capital e as instituições de ensino superior.
O que o PSOL pretende fazer na mobilidade?
O que a gente observa é que as ações em relação à mobilidade no governo de Santo André têm sido pontuais e pouco integradas. Então por exemplo, num determinado governo, você decide mudar as linhas de ônibus, em outro governo você decide mexer com bicicleta por exemplo. Então são ações pontuais que não dialogam entre si. Então o que precisamos fazer em Santo André é criar um plano intermodal. Temos que pensar todas as formas de mobilidade e ver como a prefeitura vai trabalhar a integração de diversos sistemas para atender com qualidade, com preço mais acessível o cidadão aqui em Santo André. A gente passou a ter por exemplo engarrafamento no domingo em Santo André. Não dá pra pensar a ciclovia em outro lugar? Dá, só que faltou planejamento. Outra questão fundamental é a questão da integração. É inadimissível que em Santo André hoje por exemplo temos uma forma de administração tão precária.
Qual balanço o senhor faz da campanha?
Fazemos campanha como sempre fizemos. Eu como candidato a prefeito, Tatiana como vice, nossos valorosos candidatos a vereador, vamos para rua o tempo inteiro com o panfleto que nós produzimos, nós imprimimos, nós pagamos e nós mesmos distribuímos. Não fazemos campanha em cima do caminhão de som dando tchauzinho para o eleitor não. A gente faz campanha no nível da rua, levando um programa, proposta para a cidade. Não estamos fazendo campanha em cima das minhas qualidades pessoais, em cima da minha pessoa, ao contrário, temos um partido, um programa e uma proposta de mudança e não temos rabo preso. Então pra nós a campanha foi muito rica porque é completamente diferente das anteriores, mais curta que aconteceu em uma crise econômica monumental que o Brasil está passando, uma campanha que se desenvolveu em uma crise política, campanha pós impeachment de presidente e uma campanha pós-cassação do mandato do todo poderoso presidente da Câmara Federal, a comissão de ética ao Eduardo Cunha foi o PSOL. Porque o pessoal reclamava dele mas não tinham Eduardo Cunha, que diga-se de passagem caro eleitor, você que gosta do tema corrupção, quem lá atrás pediu coragem de pedir e o PSOL pediu. Acreditamos que vamos desenvolver um bom trabalho nestas eleições e peço a você que está em dúvida opte pelo PSOL a prefeito e vereador neste domingo.