Candidato do PSDB a prefeito de Santo André e concorrendo pela primeira vez ao comando do Paço, Paulo Serra fez críticas ao “modelo de gestão” do atual governo, em entrevista à Rádio ABC e ao RD. O tucano justificou porque fez parte da gestão Carlos Grana e refutou qualquer ligação com o Partido dos Trabalhadores.
“Quem me conhece sabe, eu nunca fui petista, nunca gostei do PT. Isso é uma bobagem que falam por aí. O que aconteceu é que em 2012 a cidade não teve opção. Todos acreditaram nesse projeto do atual prefeito para evitar um mal maior, que seria a continuidade do ex-prefeito [Aidan]”, afirma Paulinho.
Há quatros anos, Paulinho tentou ser candidato pelo PSDB, mas o partido não o apoiou na empreitada. Deixou a legenda em julho de 2012 e se filiou ao PSD dias depois. Apoiou o então candidato Carlos Grana contra Aidan Ravin e ganhou o comando da Secretaria de Mobilidade, Obras e Serviços Públicos.
Paulo Serra foi secretário do governo Grana entre janeiro de 2013 e julho de 2015. Em setembro do ano passado, sacramentou seu retorno ao PSDB. Para o candidato, um dos principais equívocos do governo Grana foi ter apostado as fichas em verbas federais que não apareceram.
“É um modelo de gestão que se baseou no financiamento externo que não aconteceu. Em São Bernardo também foi feito projeto com base em financiamento externo, mas os financiamentos vieram”, afirma. “A gestão orçamentária deste governo foi uma das piores dos últimos tempos”, complementa.
Durante a entrevista, Paulinho tentou justificar os gastos com R$ 5 milhões por ano na ciclofaixa de lazer, implantada enquanto ele era secretário de Mobilidade.
“Buscamos um equipamento de lazer que tinha 90% de aprovação em São Paulo. A diferença é que viesse um patrocínio e vamos fazer isso no nosso governo. Não houve patrocínio porque logo depois da implementação veio a crise”, afirma.
Saúde
Paulinho também fez críticas à Saúde no município. Ele afirmou que a gestão no setor é “equivocada” e que as obras do Hospital da Vila Luzita são um “tributo à incompetência”. Questionado porque, como secretário de Obras, não conseguiu agilizar a construção do equipamento de saúde, o candidato falou que isso não competia à pasta que ele comandava e sim à secretaria da Saúde.
O tucano prometeu retomar a construção o Hospital da Vila Luzita no primeiro ano de governo e inaugurar em 2018. O candidato fez críticas ao desperdício de medicamentos, que estaria em quase 20% segundo o prefeiturável, por causa de “falta de gestão, organização e informatização”.
Secretaria contesta
Em nota, a secretaria da Saúde de Santo André contestou informações divulgadas pelo candidato:
1-) Em relação à entrevista veiculada nesta terça-feira no Jornal ABC, a Secretaria de Saúde informa que o orçamento estimado da Pasta (R$ 576,3 milhões) corresponde a 26,38% da Prefeitura (R$ 2.580.181.306,00), conforme o balanço do segundo quadrimestre apresentado na última segunda-feira (26).
2-) Ao contrário do informado, a perda de medicamentos na rede municipal de saúde gira em torno de 3%, índice controlado pelo Hórus – Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica, vinculado ao Ministério da Saúde.
3-) O projeto básico executivo do Hospital da Vila Luzita é de responsabilidade da Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, conforme o Processo 49.450/15. A licitação é de responsabilidade da Secretaria de Governo, com supervisão de Obras.