A campanha do prefeito Carlos Grana (PT), candidato à reeleição, acusa o governo Geraldo Alckmin (PSDB) de ser o responsável pela falta d’água em alguns dos bairros da cidade. O desabastecimento é uma das principais reclamações de moradores e tem sido alvo de críticas por parte dos adversários do petista.
Vídeo elaborado pela campanha do prefeito diz que o município é “obrigado” a comprar água da Sabesp por um “preço absurdo”. Uma jovem acusa: “o governo Alckmin diminuiu o fornecimento de água, principalmente nos horários que você, andreense, mais precisa. É por isso que falta água em Santo André. Quando você abrir novamente a torneira e não tiver água, lembre-se do que acabei de te contar”.
De acordo com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), a cidade recebia antes 2.300 litros de água por segundo, quantidade considerada suficiente para abastecer todo o município sem problemas.
A cidade passou a receber, em julho de 2015, 1.750 litros por segundo após acordo firmado com a Sabesp. “Porém, a vazão não é linear durante as 24 horas do dia e, nos horários de maior consumo, o envio da água na maioria das vezes está abaixo do acordado. Todos os dias, o Semasa realiza manobras operacionais para manter o abastecimento dos setores em pelo menos um período do dia, de forma a amenizar as deficiências que tem ocorrido e tentando melhorar a regularidade do fornecimento de água”, afirma o Semasa, em nota.
Do total de água consumida em Santo André, 95% são fornecidos pela Sabesp ao Semasa e 5% são produzidos no próprio município.
Sabesp rebate
Procurada pelo RD, a Sabesp rebateu as acusações feitas pelo Semasa. “A falta de água relatada por moradores em Santo André é de responsabilidade do Semasa, empresa que deve gerir com eficiência o serviço e controlar as perdas de água no município. A Sabesp vende água no atacado para o Semasa: 288 litros por habitante por dia. Na RMSP, a média da Sabesp é 243 litros por habitante por dia. O Semasa recebe, portanto, quase 20% a mais de água que a média da Grande São Paulo”, afirmou a Sabesp, em nota.
A Sabesp diz ainda que “os processos judiciais de cobrança de contas não pagas pelo Semasa estão em andamento, com grande parte da dívida em fase de execução/precatórios”. A companhia estadual diz que a dívida atual é de R$ 3,223 bilhões e o Semasa está pagando “apenas 30% da água que compra por atacado mensalmente”.