É a mulher que nasce do homem em um espetáculo que versa sobre o amor; em cena, um pas de deux ao som de um solo de sax, com movimentos repletos de jazz. Essa é a proposta de EleEla, apresentação de dança contemporânea, que acontece neste sábado (30) e domingo (31), no Teatro Municipal de Santo André. Com direção de Edy Wilson de Rossi e direção geral de Helô Gouvêa, o espetáculo da Anacã Cia de Dança é gratuito e conta histórias inspiradas no homem e na mulher, desde Adão e Eva até os dias de hoje.
Lançado em outubro do ano passado no Teatro Alfa, em São Paulo, EleEla conta com a participação de sete casais de bailarinos, que por meio dos movimentos da dança estimulam a reflexão e os sentimentos, além de mostrar o princípio da atração que guia dois indivíduos.
Segundo o coreógrafo e diretor da obra, Edy Wilson de Rossi, a peça aborda a existência da cara metade das pessoas, mas que existe somente no nosso imaginário. “A ideia do príncipe encantado ou da princesa ainda é atual para muita gente. Existe um homem ou mulher ideal na cabeça das pessoas, por isso a busca por essa metade idealizada se frustra”, explica.
O espetáculo também apresenta o vocabulário de movimentos trabalhados na apresentação, como a dança jazz sendo pontuada em meio a construções de cenas contemporâneas. “Todos eles sentem o mesmo desejo, mas com intensidades diferentes. Quero mostrar outras nuances de atitudes de desejo”, afirma. A partir daí Rossi passeia por diferentes formações, entre solos, duos e trios e, especialmente, conjuntos para explorar temas como a dualidade entre homem e mulher, os jogos de sedução entre essas duas figuras, a sensualidade, a ilusão e a ingenuidade do amor romântico.
Principiar
Ex-diretor da Raça Cia de Dança, o coreógrafo já comandou vários espetáculos de dança contemporânea – um deles é o Principiar, seu primeiro trabalho à frente do Anacã – e, embora esteja acostumado com esses tipos de produções, Edy Wilson de Rossi conta que buscou inovar em EleEla. “Dessa vez irei para outra estrutura, diferente do que ocorreu em Principiar, onde há mais solos duos, trio. Agora construirei as cenas com mais conjuntos”, diz.
Com o total de 11 cenas, o espetáculo tem figurino desenvolvido por Úrsula Félix, que já atuou por 10 anos como diretora criativa do ateliê de Tânia Agra, que, além de sua mãe, é uma das mais conceituadas figurinistas de trajes de balé clássico do País. Para EleEla, a figurinista aplicou um design que migra gradualmente, a cada cena, de tons terrosos para tons quentes, com destaque para os sapatos de salto das bailarinas, um dos ícones do meio jazzístico.
Já a trilha sonora do espetáculo é de Divanir Gattamorta, do Departamento de Artes Corporais da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Gattamorta mistura influências e segue um caminho desafiador para os bailarinos, convocados por Edy Wilson a imprimirem suas individualidades em cada movimento.
EleEla fica em cartaz até outubro e ainda vai circular por varias cidades de São Paulo, como, Jundiaí, Jacareí, Bauru, São José do Rio Preto e Araraquara, dentro do Projeto de Circulação Estadual.
Serviço:
Espetáculo EleEla, da Anacã Cia de Dança.
Sábado (30), às 20h, e domingo (31), às 18h.
Teatro Municipal de Santo André.
Telefone: 4433-0789.
Classificação: 12 anos.
Gratuito.