Sem acordo, os vereadores de São Bernardo adiaram o debate sobre os salários da próxima legislatura para depois do recesso de julho. Os legisladores entraram em divergência durante a sessão desta quarta-feira (29), sobre a forma em que seria feita a apreciação em plenário. Nos bastidores, muitos ficaram surpresos com a não votação do projeto, mesmo com a maioria indicando ser contra a qualquer reajuste.
Após a votação de duas pautas obrigatórias, os vereadores fizeram uma reunião de uma hora para discutir o tema. O presidente da Casa, José Luís Ferrarezi (PT), tentou persuadir os colegas a votar uma proposta no mesmo dia, a princípio a ideia da maioria era de aprovar a manutenção dos salários que estão em R$ 15.031,75 para os próximos quatro anos. “Podemos dizer que 60% dos vereadores não querem o reajuste”, afirmou um legislador que não quis se identificar.
Uma nova reunião foi convocada no início da tarde para tratar do assunto. Novamente Ferrarezi tentou finalizar o assunto com alguma votação. Uma sessão extraordinária chegou a ser convocada para tratar do assunto, porém não houve consenso e a nova sessão acabou cancelada. “Eu não trabalho com o meu posicionamento, eu trabalho com o consenso dos vereadores. Se não tinha consenso para votar hoje, então vamos votar depois. Temos até o fim de setembro para fixar os salários da próxima Legislatura, então não tem problema em relação a isso”, explicou o petista.
Nos bastidores, a informação é de que a impressão passada aos vereadores é de que Ferrarezi queria aprovar algum aumento. Muitos consideram que o líder da Casa não indicou a votação, pois gostaria que o reajuste (não citado) fosse aprovado a partir de um acordo de lideranças e não em votação no painel eletrônico, o que poderia comprometer a imagens dos vereadores que votassem sim.
Indagado sobre o que falado na reunião, o petista foi categórico. “Não sou fofoqueiro, não sou hipócrita. Não vou falar sobre o que falamos na reunião, apenas digo que a decisão do conjunto foi para que a votação não ocorresse hoje, apenas isso. Os vereadores não tiveram segurança para votar isso e vamos esperar a melhor segurança do coletivo”.
Questionados sobre o assunto, Pery Cartola (PSDB), Julinho Fuzari (PPS) e Tião Mateus (PT), indicaram que votariam contra qualquer reajuste, mesmo que a votação aconteça apenas na última semana de setembro, data limite para fixar os novos salários por causa da lei eleitoral. A Câmara volta aos trabalhos do plenário no dia 3 de agosto.