Os moradores de Santo André precisam ter paciência quando recorrem à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central da cidade. O local abriu as portas para o público dia 4 de maio, mas quem procura o local já enfrenta fila para ser atendido. Um dos motivos foi o fechamento da UPA da Perimetral dia 3 de maio, também outro alvo de reclamações.
Com o fechamento da unidade, a Secretaria de Saúde informou que manteria, temporariamente, uma viatura do Samu (Serviço Móvel de Urgência) para a transferência de eventuais pacientes que chegarem ao local. O RD esteve na unidade, mas não encontrou nenhuma viatura do Samu ou mesmo segurança. Apenas uma faixa de aviso sobre a reforma, mas o aspecto geral é de abandono.
No local o tempo todo chegam munícipes à procura de atendimento. “Parece que está abandonada, não tem nenhum segurança e o gerador geral de eletricidade do hospital está encharcado de água, é um verdadeiro perigo”, apontava João Marcos Aniceto. A unidade foi inaugurada em setembro de 2012.
Por meio de nota, a Prefeitura informa que “a viatura permaneceu por uma semana na ex-UPA Centro/Perimetral, após o fechamento para transformação em especialidades. Neste período, 15 pacientes foram transportados. A procura foi nos primeiros três dias – nos demais praticamente cessou”.
No projeto de reorganização da rede de urgência e emergência da Secretaria de Saúde, a UPA da Perimetral será transformada em UPA Especialidades, a primeira voltada para a realização de cirurgias de pequena e média complexidade, a princípio, nas áreas de ortopedia, cirurgia geral e odontologia. A reforma será tocada pela equipe de manutenção da Pasta, com previsão de entrega para o segundo semestre.
O rol de especialidades ainda está sendo fechado. Com a reorganização do serviço por níveis, parte do atendimento no Pronto-Socorro do CHM deverá desafogar ao usuário, de acordo com a secretaria.
Demora
Na UPA Central, Benedita Datovo Fidelis, 72 anos, esteve na manhã desta segunda-feira (23) na UPA Central para receber medicação diária do tratamento médico, mas apesar do atendimento preferencial aguardava há mais de duas horas. “Todos os dias venho tomar a medicação e antes não demorava. Mas com o fechamento da outra UPA, muitos pacientes estão vindo para cá e nessa já estou aqui faz bastante tempo”, conta.
Angela Souza, 37 anos, que levou a filha Sofia, de 10 anos, no médico, reclamou da demora e falta de organização do local. “Tive de pegar a senha do atendimento novamente só para conseguir o atestado de horas para meu trabalho. A fila estava enorme, e nessas e outras, já estou dentro da UPA há mais de três horas”, disse Angela, inconformada com a burocracia.
Respostas da Prefeitura
Sobre a reclamação de Benedita, a Prefeitura informa que “a paciente não veio à UPA para tomar medicação conforme o relato. Deu entrada às 9h54 do último dia 23. Passou pela classificação de risco às 10h28. Estava hipertensa, além de ter história de tratamento para infecção de urina. Passou em consulta médica, sendo prescrita medicação, via oral e endovenosa, para o quadro de hipertensão. Foi solicitado exame de urina tipo I, conforme consta em ficha de atendimento, e observação até normalização dos níveis pressóricos e resultado do exame de urina para receber alta hospitalar”.
“A paciente Sophia Sanches de Souza, 4 anos, deu entrada na UPA Central às 11h53h, do último dia 23. Passou pela classificação de risco às 12h10. Foi atendida pelo pediatra, encaminhada para a medicação para realização de inalação, realizada às 13h20h, e, após, liberada de alta, com receita. Consta na ficha de atendimento que às 14h foi fornecida a declaração de horas para a mãe da criança. Ou seja, foram duas horas e sete minutos de permanência na unidade, entre abertura da ficha, consulta médica, medicação e alta hospitalar”.
“A UPA Central teve aumento dos atendimentos, o que já era esperado pela questão da inauguração do novo equipamento. Do dia 4 até 24 de maio, foram 9.809 atendimentos, sendo 7.256 clínicos e 2.553 pediátricos”, informa a nota. (Colaborou Amanda Lemos)