São Caetano recebe exposição sobre o Holocausto em junho

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Mostra contra com reproduções de propagandas nazistas (Foto: Robson de Almeida/PMSCS)

O Holocausto, um dos acontecimentos mais tristes na história da humanidade, é o tema de exposição que começa quarta-feira (1º) no Cecape (Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação) Dra. Zilda Arns, em São Caetano. A mostra, intitulada Jamais Esquecidos – Holocausto, é gratuita e reúne reproduções de móveis e artigos utilizados naquele período, além de simulações de ambientes dos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, que resultou no assassinato de 6 milhões de judeus pela Alemanha nazista.

Com mais de 350m², a exposição é um mergulho na história que convida a refletir sobre intolerância, ódio, racismo, preconceito e os resultados que essas questões podem ter nos dias atuais. Entre os destaques estão 35 painéis com imagens e textos sobre o assassinato de judeus nos campos de concentração, 12 instalações de ambientes, como quartos e salas de extermínio, e artigos como roupas, sapatos, os típicos pijamas listrados, pilhagens de livros, objetos de arte e músicas que contextualizam a mostra.

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Um dos exemplos é a réplica de uma treliche semelhante às acomodações que existiam em Auschwitz, uma rede de campos de concentração para executar judeus, inimigos políticos, homossexuais, ciganos e integrantes de outras minorias perseguidas por questões étnicas, localizados no sul da Polônia, anexada pela Alemanha, no qual os colchões eram substituídos por palha e não eram fornecidos travesseiros ou mesmo cobertores nos dormitórios.

As obras de arte expostas são reproduções de quadros roubados pelo exército alemão comandado por Adolf Hitler durante a 2ª Guerra Mundial, mas que, posteriormente, foram recuperadas. Entre os trabalhos estão Adoração do Cordeiro Místico – Jan Van Eyck e Hubert Van Eyck; Dama com Arminho –  Leonardo Da Vinci; O Astrônomo – Johannes Vermeer ; e Retrato de Adele Bloch -Bauer Gustav Klimt.

“O objetivo é fazer o resgate da história para que ela não volte a acontecer nunca mais e as pessoas passem por um processo de modificação de consciência”, explica Luiz Rampazzo, diretor-executivo da livraria Special Books, responsável pela exposição. Fotógrafo, Rampazzo conta que a exposição nasceu do projeto de pesquisa de um livro que se encontra em produção sobre o mesmo tema. “Vamos fotografar uns 70 a 80 sobreviventes para a obra”, adianta. Do livro para a exposição não foi difícil acontecer.

O acervo da mostra deve aumentar com peças reais, que no momento são garimpadas em museus e comunidade judaica. Embora a tragédia tenha acontecido há mais de 70 anos, Rampazzo explica que o acontecimento ainda é recente e é preciso reviver esse momento para homenagear os sobreviventes. Na pesquisa, identificou que ainda existem no País cerca de 250 sobreviventes do regime nazista, judeus fugitivos vindos da Europa e refugiados de guerra. “Muitos deles já morreram, mas a maioria está concentrada em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro”, afirma.

A exposição é voltada para estudantes do ensino fundamental II e ensino médio e a expectativa é receber a visita de, pelo menos, 13 mil alunos da rede municipal. “Mas  que eles também tragam suas famílias para aprender junto”, avisa. A mostra é itinerante. Em agosto, vai para São Bernardo e depois Santo André, em locais e datas ainda indeterminados. “A ideia é levar a exposição para o Interior de São Paulo e depois para outras cidades do Brasil, além dela num formato menor para ir às escolas onde os alunos não podem se deslocar”, diz.

Serviço:
Exposição Jamais Esquecidos – Holocausto
Cecape – rua Tapajós, 300, São Caetano.
De 1º a 30 de junho.
De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h e aos sábados, das 12h às 16h.
Entrada gratuita

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