PIB do ABC cresce apenas 0,09% em 5 anos

Sandro Maskio Mônica Rodrigues
Maskio comenta sobre o PIB do ABC (Foto: Mônica Rodrigues)

“Trabalhamos cinco anos para continuar na estaca zero”. Foi assim que o coordenador do Observatório Econômico, professor Sandro Maskio, resumiu a situação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do ABC entre os anos de 2011 e 2015. Segundo o Boletim EconomiABC, divulgado nesta quinta-feira (28), a crise no setor industrial liderou a queda da economia da região. A instabilidade política vai causar incerteza no mercado, afirma especialista.

Segundo o estudo, a queda do PIB no ABC em 2014 está projetado em 2,7% e em 2015, de 2,6%. Os valores foram extraídos do modelo preditivo do estudo apresentado na Universidade Metodista. Com a mudança da metodologia por parte do Seade, o ABC já tinha recuado na economia em 2012 com retração de 1,55%.

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Com a alta na inflação, o preço da cesta básica na região também subiu. Segundo o estudo da Companhia de Abastecimento de Santo André (Craisa), o preço da cesta em fevereiro deste ano chegou a R$ 536, 15% mais cara em relação a fevereiro de 2015 e o mais alto valor da série histórica.

O cenário também apresenta um aumento na perda de postos de trabalho na região. Segundo o estudo, em 2015 a região perdeu 43 mil vagas, sendo que todos os setores apresentaram saldo negativo de geração de empregos formais. “Aconteceu algo que não é comum, até o comércio fechou o ano no negativo. Isso poderia acontecer em um mês ou outro, o que não é normal, mas terminar o ano no vermelho é surpreendente”, afirmou Maskio.

Instabilidade política

Outro ponto que atrapalha o mercado regional e também o nacional é a instabilidade política. Sem a definição de quem comandará o País até 2018, quando ocorrem novas eleições presidenciais, o mercado demonstra apreensão para fazer novos investimentos. “Temos de ver como vão ficar as coisas. Tem de ver se a Dilma (Rousseff, PT) vai ficar. Se não, vai ser o (Michel) Temer (PMDB), mas ele também está com um processo (no TSE que pode cassar a chapa Dilma-Temer), depois pode vir outro e o mercado não sabe como vai pensar o próximo presidente”, opina Maskio.

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