Quem não vai viajar e gosta do Carnaval a dica é curtir a programação criada pelas unidades do Sesc em Santo André e São Caetano. A primeira traz a partir deste sábado (6) até terça-feira (9) a folia dos blocos de rua para as suas quadras. Em quatro tardes, um diferente bloco carnavalesco apresentará marchinhas que reprisam a alegria das ruas paulistanas em um dos períodos mais cativos do ano. É gratuito. No Sesc São Caetano, a cantora Maria Alcina abre nesta sexta (5) o especial de Carnaval com sucessos de Carmen Miranda. A programação segue até sábado (6).
Em Santo André, o Bloco Jegue Elétrico encabeça os festejos e vem com quatro outros carnavalescos: o Bloco do Água Preta (dia 6), o Bloco João Capota na Alves (7), o Bloco da Dona Armênia (8) e o Bloco Pilantragi (9). A intenção é exibir ao público a diversidade e a riqueza nas agremiações, além de variedades rítmicas.
Segundo Fernanda Gonçalves, coordenadora de programação do Sesc Santo André, a ideia de trazer os quatro grupos busca valorizar as origens das festividades do Carnaval. Nos últimos anos, as comemorações passaram por um processo de institucionalização com a grande competitividade dos desfiles. Agora o objetivo é trazer as espontaneidade e brincadeira dos blocos de rua. “A ideia é resgatar essas tradições e trazer o pessoal para se divertir e passar boas horas com a gente”, diz.
Para o músico e compositor, Emerson Boy, criador do Jegue Elétrico, vir até o Sesc é uma oportunidade de mostrar à região as raízes do Carnaval, além de resgatar e realimentar a tradição das marchinhas e troças. “Ainda hoje só se toca Mamãe Eu Quero e Aurora. Nós gostamos muito dessas músicas, mas nós estamos criando músicas novas para reviver esses cancioneirismo do Carnaval”, diz Boy.
De acordo com o idealizador do bloco, esse processo de renovação se torna necessário porque as músicas mais antigas eram espécie de crônica da época. Por isso, falta identificação de quem canta a música pela ausência de contexto. “As letras falavam sobre o calor do Rio de Janeiro, de turmas que se uniam em algum bar ou algum boteco para beber. Então a gente continua com essa leitura de fazer esse processo de realimentação”, declara o carnavalesco.
Causas sociais
Há mais de 15 anos com participação dos desfiles de rua em São Paulo, o Jegue Elétrico sempre costuma ter algum tema para o Carnaval. Esse ano, o bloco homenageia os estudantes que lutaram contra a reorganização das escolas estaduais com tema Ocupar e Resistir. O grupo já chegou a falar sobre os rolezinhos, encontros de jovens em shoppings organizados por meio de redes sociais, e a escassez de água na Capital paulista. Hoje o Jegue Elétrico possui cerca de 30 membros.
“Eu cresci no meio de muitos festejos e muitas músicas, lá no Piauí. E lá tinham muitos blocos e com 10 anos eu decidi criar o meu”, afirma o compositor. No início, Boy comprou o eixo traseiro de uma Brasília e fez um palco. O grupo foi batizado de Jegue Elétrico por conta de os trios elétricos serem puxados pelo animal, mas como toda estrutura tinha muitos aparelhos eletrônicos, a brincadeira pegou e o nome acabou ficando. “A gente falava que nós éramos um trio elétrico humilde”, afirma.
Serviço:
Folia em Bloco
Data: de 6 (sábado) a 9 (terça-feira) de fevereiro, às 14h30 e 16h.
Local: Sesc Santo André
Entrada: gratuita
Classificação: Livre