Isolux entra em recuperação extrajudicial

O grupo espanhol Isolux Corsán entrou, na semana passada, com um processo de recuperação extrajudicial referente a suas operações no Brasil. A renegociação de dívidas da empresa com seus credores, fora das vias judiciais, envolve as subsidiárias Isolux Ingenieria, Isolux Projetos e Instalações, Isolux Projetos, Investimentos e Participações e Corsan-Corviam.

Em nota, a empresa afirmou que o processo é um “mero pedido de homologação de acordo já celebrado com os credores detentores de mais de 60% dos créditos sujeitos ao plano”. Pelo acordo, a dívida será paga em 13 parcelas mensais, após o término do período de carência de 12 meses.

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Em 2011, a espanhola desembarcou no Brasil com planos ambiciosos de investir mais de R$ 5 bilhões em infraestrutura e decidida a transferir sua sede para o País. Mas, quatro anos depois, começou a enfrentar uma série de dificuldades e rescindir contratos com o poder público.

Um dos casos mais notórios foi a rescisão do contrato com o governo paulista para construção de estações da Linha 4 – Amarela do metrô. Na época, a empresa alegou que houve demora de 27 meses na entrega dos projetos e a uma constante revisão do cronograma, que seria concluído com 75 meses de atraso.

Por meio de nota, a Isolux afirmou que as empresas passam por dificuldades momentâneas de caixa, o que obrigou o grupo a adequar as atividades à realidade dos contratos que continuam a ser honrados pelos contratantes. Nos últimos anos, o grupo espanhol construiu cerca de 4 mil quilômetros (km) de linhas de transmissão no Brasil.

Desse total, detém a concessão de cerca de 3 mil km, como o Linhão de Tucuruí, que interliga Manaus e Macapá ao sistema interligado nacional. A companhia também administra a concessão de 680 km das BRs 116 e 324, na Bahia.

A Isolux é a segunda espanhola a enfrentar dificuldades. No fim do ano passado, a Abengoa – que também tem negócios no Brasil – entrou com pedido de recuperação judicial na Espanha. A situação financeira dessas empresas não é uma boa notícia para o Brasil, que depende de investimento externo para tirar vários projetos do papel.

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