Rio tem número recorde de casos de microcefalia

O Rio de Janeiro tem 21 casos de microcefalia diagnosticados este ano – 15 deles entre os meses de julho e novembro, informou a Secretaria de Estado de Saúde. O número supera a média histórica anual do Estado (13) e o recorde de 2013, quando 19 bebês foram identificados com a má-formação. Todos os casos estão sendo investigados e não foi possível ainda identificar se algum deles tem relação com o zika vírus.

Os dados foram atualizados pelo Rio nesta segunda-feira, 30, por isso são diferentes dos divulgados pelo Ministério da Saúde para o Rio de Janeiro, que levava em conta os dados disponíveis até a semana passada.

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O zika começou a circular no Rio em abril. Desde o dia 18, tanto a rede pública quanto a privada tem de fazer a notificação obrigatória de grávidas com manchas vermelhas no corpo (exantemas). Houve 75 casos de pacientes com esses sintomas no Estado. O exame de uma mulher, no segundo trimestre de gestação, deu positivo para zika vírus. Ainda não há evidência se o bebê tem microcefalia.

“Até o momento o bebê não tem microcefalia. A notificação compulsória nos permite acompanhar a gestação e avaliar o desfecho. Poderemos fazer melhor correlação entre o momento em que a mãe foi infectada e alterações precoces ou tardias no feto”, afirmou o subsecretário de Vigilância Sanitária, Alexandre Chieppe.

Ele alertou que mulheres na primeira metade da gravidez devem intensificar os cuidados para proteção contra os mosquitos transmissores da zika (Aedes aegypti e Aedes albopictus), principalmente na parte da manhã e no fim da tarde, quando esses insetos têm atividades mais intensa.

“Estamos preocupados com o que está acontecendo. Não há nada na literatura científica que explique o que está acontecendo. O Brasil é o primeiro local com população desse tamanho em que o vírus está circulando com essa força. Não há na literatura científica artigo que explique a ligação entre zika e microcefalia”, afirmou Chieppe.

A notificação para síndromes neurológicas, como a de Guillain-Barré, também se tornou obrigatória no Estado por causa de registros da doença em pacientes que tiveram zika na Polinésia Francesa e na Bahia. De acordo com Chieppe, não houve aumento dos casos de síndromes neurológicas e nenhum ligado à zika, até agora. Houve um caso de Guillain-Barré com relato de manchas vermelhas pelo corpo, mas ainda não houve confirmação pelo zika.

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