OAB tem disputa acirrada em São Caetano

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A disputa pela presidência da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil de São Caetano está bastante acirrada. Na cidade, três chapas concorrem nas eleições que serão realizadas nesta quarta-feira (18). A Chapa 1 “Advogados Unidos no Caminho” é liderada pelo atual presidente Adilson Paulo Dias. A Chapa 2 “Todos pela Ordem” tem pela frente Rosineide Martins Lisboa Molitor, enquanto a advogada Dulce Pontes de Gouveia concorre pela chapa 3 “Nova Ordem”.

A oposicionista Dulce Pontes, da Chapa 3, disse que lutará pela valorização do advogado e de suas prerrogativas e que pretende investir na melhoria da infraestrutura oferecida pela sede da entidade em São Caetano.“Não temos um internet de qualidade, sendo que hoje os processos são digitais. A velocidade é péssima e muitos advogados precisam que precisam fazer petiçções dentro do fórum não conseguem”, comentou.

Dulce também disse que batalhará mais pelas prerrogativas dos advogados. Ela cita o exemplo de uma juíza que, pelo fato de agora os processos serem digitais, colocou um cartaz na porta dizendo que não atende advogado. “Minha plataforma é de fazer com que a OAB cumpra seu dever de zelar pelas prerrogativas dos advogados, pois trata-se de um órgão independente. Além do mais, o advogado paga caro a anuidade”, disse.

Ela também pretende melhorar o funcionamento do Plajam (Plantão Judiciário da Mulher), que funciona por meio de parceria com a Prefeitura, mas que estaria em situação precária. “O espaço dá suporte à mulher vítima de violência, mas não tem funcionado como deveria”.

Outros projetos são fazer convênios com farmácias, restaurantes, academias, papelarias, lojas de roupas e de calçados. “Hoje há alguns convênios, mas não vi interesse da atual gestão em ampliar isso”.

Chapa 2

A plataforma de Rosineide Molitor tem 38 propostas com destaque para viabilização de convênios com hospitais e clínicas da região, criação de complexo de assistência estrutural ao advogado, curso gratuito de reciclagem e iniciação à advocacia, defesa das prerrogativas e valorização da advocacia, instituição da Comissão OAB Fiscaliza e buscar a impessoalidade noas atos da OAB.

“Vamos afastar a valorização individual de dirigentes nas conquistas da advocacia, com uma atuação colegiada e democrática, combatendo, inclusive, a prática das reeleições sucessivas”.

Para Rosineide, a maior carência da advocacia em São Caetano se apresenta na falta de apoio ao advogado. “Outra questão a ser melhorada reside na defesa das prerrogativas do advogado que precisa ser ampliado de modo que alcance mais profissionais de maneira indistinta”.

É a primeira vez que Rosineide concorre à presidência da OAB São Caetano, mas ela ressalta que se dedica à entidade há 12 anos. “Já fui eleita para os cargos de secretária geral e de vice-presidente. Por fim, atuei como tesoureira, cargo do qual renunciei em 19 de agosto deste ano”, contou.

Chapa 1

O atual presidente e candidato à reeleição Adilson Paulo Dias afirma que vai manter as conquistas como a Escola Superior de Advocacia, curso de pós-graduação e cursos rápidos e convênios com livraria e farmácias, entre outros como condução para para advogados se deslocarem entre os fóruns da região. Mas sua principal promessa é a construção de uma nova sede, própria, em terreno doado pela Prefeitura.

“É um terreno de 560 m². Queremos levantar uma nova sede de 800 m² a 1.200 m², que abrigará todos os setores e terá auditório com capacidade para 152 lugares e estacionamento. O projeto já está aprovado pela seccional de São Paulo”, disse.

A respeito de sua gestão Dias afirma que tem atuado para que outras áreas sejam devidamente atendidas. Como contraponto às promessas de seus opositores, o atual presidente afirma que a Comissão de Prerrogativas tem funcionado bem. “Todas as vezes que requsitado, o serviço foi muito bem prestado. Atendimento a diligências do Ministério Público a escritórios de advocacia, quando ocorre de um advogado ser preso a gente acompanha. Mas a gente vai procurar sempre melhorar.

Disputa

A briga na OAB de São Caetano é boa. Correndo por fora, a candidata da Chapa 3, Dulce Pontes, se coloca como a terceira via na disputa, pois a concorrente, Rosineide Molitor, já pertenceu ao quadro diretivo da atual gestão. “As outras duas chapas representam a continuidade do que aí está”, afirma.

Mas o debate esquenta mesmo entre os candidatos das Chapas 1 e 2. Para rebater a promessa de Rosineide de lutar pelas prerrogativas dos advogados, Dias afirma que ex-membro da diretoria estava diretamente envolvida com esta área. “A candidata da Chapa 2 foi diretora de Comissões. E a Comissão de Prerrogativas era de responsabilidade dela. Se havia algo errado ela não pode dizer que a culpa é do presidente”, comentou o candidato à reeleição.

Rosineide, por sua vez, afirma que Dias mentiu. “Nunca fui”, garante, completando: “Ele (Dias) não tem culpa de nada. Ele só assume sozinho as coisas que deram certo. Ele falou que 90% da diretoria renunciou ao mandato?”

A própria construção da nova sede é motivo de polêmica. “É uma oportunidade de a subsede deixar de pagar aluguel. Todo mundo nesse País quer ter uma casa própria, deixar de pagar aluguel. Minhas opositoras são as únicas pessoas a andarem na contramão”, disse o atual presidente.

Rosineide disse não ser contra. “Somos a favor da conquista da sede própria desde que seja assegurada, de forma clara, a viabilidade financeira e estrutural”.

Dulce também ataca o atual presidente, cuja chapa teria o apoio de agentes públicos e privados. “Isso torna a disputa muito difícil para nós, pois é complicado brigar com quem tem dinheiro”.

Segundo Dulce, a situação não fez nada em duas gestões e, para provar a ajuda vinda de políticos, ela comenta sobre a construção da nova sede. “Agora a Prefeitura doou, em comodato, um terreno para construção da nova sede, mas a subseção da OAB de São Caetano não tem caixa para levar o projeto para frente”, conclui.