Rodízio em Santo André ameaça deixar água vermelha

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Clientes do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) estão recebendo neste mês um comunicado da autarquia que prevê para o próximo verão a implantação de rodízio.

Apesar de considerar o racionamento uma medida democrática, por em tese atingir todas as regiões da cidade de forma igualitária, o Semasa alerta no texto que há o risco de o rodízio provocar problemas na rede de abastecimento.

Segundo a empresa, o racionamento “provoca mudanças drásticas no sistema de distribuição, ocasionando a repressurização da rede a cada volta dágua. Por isso, podem ocorrer mais vazamentos, reparos na rede, além de água vermelha. Essa situação pode estender o retorno da água para horários além dos inicialmente previstos”.

O Semasa aponta que o racionamento se deve à crise hídrica e à decisão da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) de reduzir a quantidade de água enviada para o município. “O Semasa entende que a única forma de amenizar o impacto da falta dágua na cidade será adotar o rodízio no verão”, diz o texto.

De acordo com o Semasa, Santo André precisaria receber 2.000 litros por segundo para atender a demanda diária do município, mas a cidade passou a receber 1.750 litros por segundo desde julho deste ano. Segundo a autarquia, a redução da vazão se agrava nos horários de maior consumo (6h às 8h; 11h às 13h e 18h às 20h).

Atraso
Cerca de 95% dos moradores de Santo André são abastecidos com água que é enviada pela Sabesp para o município. A cidade é diretamente responsável por apenas 5% da produção.

O Semasa pretende construir uma nova ETA (Estação de Tratamento de Água), para levar a produção própria de água para 25%. No entanto, a empresa já admitiu que não vai conseguir entregar a obra no ano que vem, como tinha sido prometido inicialmente.

A construção ainda nem começou porque a verba federal de R$ 75 milhões prometida pelo governo Dilma há mais de um ano, ainda não foi liberada.