Sabesp negocia acordo com Mauá para operar na cidade

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Presente em quatro das sete cidades do ABC, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), pode passar a operar em mais um município da região. A empresa negocia com a Prefeitura de Mauá assumir a distribuição de água no município e assim por fim à dívida bilionária que a cidade tem com a companhia.

No mês passado, o RD revelou que o acordo era uma hipótese cada vez mais cogitada pelo governo Donisete Braga (PT). Nesta segunda-feira (5) o prefeito falou sobre o tema, e confirmou a possibilidade de chegar a um denominador comum com o governo do Estado.

“Quero fazer um debate com eles, que além de fazer uma parceria, que eles tenham um plano de investimento para a cidade, em reservatórios e parte de canalização. Temo uma rede muito antiga na cidade, com grandes perdas. Não tem nenhuma resistência, seja ela ideológica ou política com a Sabesp”, afirma Donisete Braga.

A dívida de Mauá com a Sabesp está na casa dos R$ 2 bilhões e tem como origem a diferença entre o que a companhia cobra pela água vendida para o município e o que a cidade paga.
“Se houver vontade política, a Sabesp tem todo o interesse em entrar em um acordo. O objetivo é resolver. Essa dívida está ficando cada vez mais impagável”, afirma a advogada da companhia, Juliana Vieira dos Santos. “O valor que Mauá paga [pela água] é irrisório, quase nada. A Prefeitura cobra a conta do munícipe e de forma irresponsável não repassa para a Sabesp”, diz.

A solução da dívida passa por duas alternativas principais: a realização de uma PPP (Parceria Público-Privada) com a Sabesp, ou a assinatura de um contrato de concessão, de forma similar ao que ocorreu em Diadema.

A diferença é que, ao contrário de Diadema, o saneamento ficaria dividido em duas empresas. A Odebrecht Ambiental continuaria como responsável pela coleta e tratamento de esgoto e a Sabesp passaria a operar a distribuição de água, hoje nas mãos da autarquia municipal Sama (Saneamento Básico de Mauá).