O desafio da 4ª idade em São Caetano

Leandro Prearo é professor doutor e gestor do Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano

Primeiro município no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) em todos os levantamentos divulgados (1991 a 2010) pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), São Caetano é conhecido pela grande proporção de idosos. São aproximadamente 30 mil indivíduos com 60 anos ou mais, o que representa 20% de toda a população. O que hoje representa um novo paradigma de investimento público para outros municípios, para São Caetano, é algo que já foi muito bem absorvido. Assim, programas específicos de atendimento na saúde, amplos centros de convivência e conjunto de outros serviços são disponibilizados aos idosos.

Não obstante a esse esforço, novos desafios relacionados ao envelhecimento parecem emergentes: o cuidado à quarta idade. O termo quarta idade é relativamente novo. Foi criado, segundo alguns registros, na década de 1990. Ainda com algumas divergências na mídia sobre a faixa de idade que abrange a quarta idade, a literatura acadêmica registra que um indivíduo com 80 anos ou mais está em tal classificação.

Newsletter RD

São Caetano é hoje o terceiro município do Estado de São Paulo com maior proporção de indivíduos nessa faixa etária (só fica atrás das pequeninas Águas de São Pedro e Flora Rica) e o 39º entre os 5.565 brasileiros. É importante registrar que, se considerarmos apenas os municípios com mais de 50 mil habitantes, São Caetano é o primeiro colocado no Estado e no País, totalizando 5.283 idosos na quarta idade (3,54% da população). Os outros seis municípios da região possuem menos de 2% de sua população nesse faixa etária (São Bernardo: 1,97%; Ribeirão Pires: 1,31%; Santo André: 1,19%; Mauá: 0,83%; Diadema: 0,78% e Rio Grande da Serra: 0,70%).

Mas quais seriam os novos desafios se os indivíduos da quarta idade também estão na terceira idade? Ocorre que na faixa de 80 anos ou mais, uma parte importante das pessoas exige o cuidado de outra pessoa (o que sugere a necessidade de programas para formação de cuidadores), atendimentos médicos especializados (para doenças crônicas, degenerativas e acamados), replanejamento urbano (muitos já não saem de casa em virtude da condição das calçadas), entre outras situações pouco previstas nos programas à terceira idade.

São novos e importantes desafios que devem ser cada vez mais cobrados pela sociedade. Como disse o matemático e filósofo Pitágoras: “Uma bela velhice é, comumente, recompensa de uma bela vida”.

Leandro Prearo é professor doutor e gestor do Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano.
 

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes