Márcio Chaves deixa o PT e vai para o PSD

Disse que voltar à cena política sem estar no PT poderia passar uma imagem de oportunismo”, afirma o secretário de Governo de Mauá, Edilson de Paula.

O ex-vice-prefeito de Mauá, Márcio Chaves, entregou nesta terça-feira (29) carta de desfiliação do Partido dos Trabalhadores. O documento foi entregue ao diretório municipal da sigla. Chaves foi vice-prefeito durante as duas primeiras gestões de Oswaldo Dias (PT), entre 1997 e 2004, e nos últimos anos se dedicou a uma consultoria que atua na área de saneamento.

O ex-petista vai para o PSD. “Na conversa que tive com ministro [das Cidades, Gilberto Kassab], ele colocou para mim com todas as letras que queria trilhar voo próprio [em Mauá] porque quer firmar o partido na região metropolitana”, afirma Chaves, reforçando a possibilidade de que a legenda tenha candidatura própria na cidade.

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Outra hipótese cogitada é uma composição para indicar o vice de Clóvis Volpi, que é pré-candidato a prefeito pelo PSDB. “Essa questão [da composição] da chapa ainda precisa passar pelo diretório municipal, que tem autonomia sobre o assunto”, despistou o ex-prefeito de RIbeirão Pires, questionado sobre o tema.

Nas últimas semanas, lideranças do PT tentaram convencer Márcio Chaves a não deixar o partido. O prefeito de Santo André foi uma das pessoas a se reunir com o ex-vice-prefeito de Mauá. ”Nessa duas últimas semanas o Grana conversou muito comigo. Ele queria que eu me engajasse no projeto dele em Santo André, integrar o grupo”, revela Márcio Chaves.

Repercussão

O prefeito Donisete Braga (PT), e o secretário de Governo de Mauá, Edilson de Paula, receberam telefonema de Márcio Chaves nesta terça confirmando a desfiliação.

“Estive com o Márcio há 15 dias e ele me disse que gostaria de voltar à vida política. Opinei que ele deveria ficar no partido, até pelo histórico que ele tem na legenda. Disse que voltar à cena política sem estar no PT poderia passar uma imagem de oportunismo”, afirma o secretário de Governo de Mauá, Edilson de Paula. “Deve ter sido uma decisão dolorosa para ele, foi uma decisão arriscada”.

“Não tem nada de oportunismo. Faz 11 anos que estou quietinho”, afirmou Márcio Chaves. Também deixaram a o PT Maria Emerick Ferraz, que ocupou a secretaria de Organização do PT em Mauá e Ivan Antonio Barbosa, que foi assessor jurídico da SAMA entre março de 2013 e janeiro deste ano.

Márcio Chaves protagonizou um dos momentos mais conturbados da política recente de Mauá, quando foi candidato a prefeito em 2004, mas teve a candidatura impugnada na véspera da eleição. Na época, a Justiça Eleitoral entendeu que a Prefeitura promoveu ação que beneficiava a candidatura governista – uma tenda chamada de “Túnel do Tempo”, que falava do aniversário de Mauá e foi instalada no calçadão do Centro.

Quem acabou assumindo o comando do Paço em 1º de janeiro de 2005 foi Diniz Lopes, então presidente da Câmara. Em dezembro de 2005, Leonel Damo (que ficou em segundo lugar na eleição de 2004) assumiu o comando da Prefeitura.

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