PPE beneficia 25 mil metalúrgicos na região

A Ford foi a última empresa da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a aderir ao PPE, em 18 de setembro, beneficiando 3,5 mil metalúrgicos.

O Programa de Proteção ao Emprego, criado pelo governo federal para tentar evitar demissões no período de crise, foi adotado até agora por oito empresas metalúrgicas da região. O setor é um dos mais atingidos pela desaceleração econômica, que ameaça trabalhadores em montadoras e autopeças.

A maior parte das adesões aconteceu na base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em empresas localizadas em São Bernardo e Diadema. A primeira foi a Rassini, fabricante de autopeças que reduziu jornada de trabalho e salário de 550 profissionais, em acordo que vai de agosto a novembro.

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Mais outras três empresas adotaram o PPE no mês de agosto. Na Trefilação União o acordo beneficiou 114 trabalhadores e prevê redução de salário e jornada em 20% durante seis meses. Na fabricante de autopeças Pricol, 200 trabalhadores tiveram os salários reduzidos em 9,83%.

A primeira adesão de peso ao Programa de Proteção ao Emprego aconteceu no dia 31 de agosto. A Mercedes-Benz, que chegou a ameaçar demitir 2 mil trabalhadores e dizer que o PPE seria “insuficiente” para evitar os desligamentos, mudou de ideia e fechou acordo.

A negociação foi conturbada. A empresa chegou a anunciar que realizaria desligamentos em 1º de setembro, o que motivou uma greve dos funcionários da fábrica. A montadora alemã aderiu ao Programa, beneficiando 10 mil funcionários, segundo o Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC. O acordo prevê redução de 20% da jornada de trabalho por nove meses, de 1º de setembro a 31 de maio de 2016.

“Foi uma negociação dura que chegou a um resultado final positivo depois do esforço conjunto dos trabalhadores, do Sindicato e também da empresa. Revertemos as demissões com o PPE, que é o programa certo para dar conta da situação de crise atual”, afirmou na época o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

A Volkswagen fechou o acordo que beneficiou mais trabalhadores na região: 10,6 mil de uma só vez, de acordo com o sindicato. O acordo fechado com a empresa prevê a redução de 20% da jornada de trabalho por seis meses, prorrogáveis por mais seis, com redução de 10% dos salários. Os outros 10% serão financiados pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

Em Diadema, a Prensas Schuler também entrou em acordo. Os 456 funcionários terão garantia de emprego por cinco meses, e receberão salário 8% menor nesse período.

A Ford foi a última empresa da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a aderir ao PPE, em 18 de setembro, beneficiando 3,5 mil metalúrgicos. Houve redução de 20% da jornada de trabalho com redução de 10% dos salários. Os outros 10% complementares serão financiados pelo FAT. A adesão ao PPE terá duração de seis meses e pode ser prorrogado por mais seis.

A Dalpino foi a primeira – e até agora a única –, empresa da base do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá a fechar acordo. A adesão ocorreu em setembro. Os 70 trabalhadores terão a jornada reduzida em 20%, com redução salarial no período de 1º de setembro de 2015 a 29 de fevereiro de 2016.

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