Cidades do ABC têm ofensiva contra dengue

Evento alertou a população sobre a dengue e estima-se que 80% dos criadouros estão em imóveis particulares (Foto: Valmir Franzoi/PMSBC)

As sete cidades da região, que compõem o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, promoveram nesta quinta-feira (24), ação regional contra a dengue na Praça Bom Jesus de Piraporinha, em Diadema. O evento teve o objetivo de alertar e mobilizar a população para a responsabilidade de todos no enfrentamento da dengue. Estima-se que 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão em domicílios ou imóveis particulares.

O encontro reuniu três dos sete prefeitos entre outras autoridades e especialistas da área. Na oportunidade, o secretário de Saúde de Santo André, o médico sanitarista Homero Nepomuceno Duarte, brincou ao classificar o Aedes aegypti como ´quadriflex`, uma vez que o mosquito transmite não só o vírus da dengue, como da febre chikungunya, zika e febre amarela

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Nepomuceno coordena o Grupo de Trabalho de Saúde do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, entidade organizadora da ação. O secretário afirmou que o plano regional reunirá várias estratégias para serem trabalhadas em conjunto e nas divisas dos municípios, principalmente nas estações da primavera e do verão. “Não adianta Santo André, por exemplo, fazer uma atividade isolada. Temos de potencializar as atividades e criar barreiras que evitem a movimentação do mosquito”, explicou.

Anfitrião do encontro regional no bairro Piraporinha, o prefeito de Diadema, Lauro Michels, ressaltou a importância da população se envolver nessa batalha contra a transmissão do mosquito.  “Primeiramente, as pessoas têm de abrir suas casas e receber os agentes de saúde. Depois, fazer a parte de eliminação dos criadouros. Vamos fazer uma corrente única regional para extinguir o mosquito”, apontou.

O que foi compartilhado pelo chefe do Executivo de São Bernardo, Luiz Marinho, ao lado do prefeito de Mauá, Donisete Braga. “O trabalho tem de ser em sintonia, sem estabelecer divisas, inclusive com o envolvimento dos municípios, do Estado de São Paulo e da União, além da população”, afirmou Marinho.

As cidades da região, aliás, buscam reduzir a resistência de alguns moradores no acesso dos agentes de saúde em imóveis para vistoriar e eliminar eventuais focos. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado, 50% dos imóveis do ABC se apresentam fechados ou impedem a entrada dos agentes de saúde. Por essa razão, em São Bernardo, as iniciativas de combate à dengue contemplarão reuniões com imobiliárias e síndicos de prédios para que seja facilitado o ingresso dos agentes nas casas vazias, apartamentos e nos condomínios fechados.

Situação não é epidêmica, mas preocupa
 
Ao contrário da capital paulista e de algumas cidades do interior do Estado, como Campinas e Americana, o Grande ABC não viveu situação de epidemia no último verão, estação que, normalmente, é mais quente e tem maior incidência de chuvas, ambientes propícios para o nascimento do Aedes aegypti. 
 
Mesmo assim, a situação na região preocupa, pois como noticiado pelo RD na edição do dia 11 de setembro, as notificações na região aumentaram 485% entre janeiro e agosto deste ano em relação ao mesmo período de 2014. No total, foram 6.071 casos confirmados com crescimento maior em Mauá, cujo avanço percentual foi de 1.513%. Em São Caetano o aumento foi de 928% e em São Bernardo de 471%. Na sequência aparecem Santo André (342%), Ribeirão Pires (216%). e Diadema (135%).
 
O mais recente balanço, apresentado especificamente pela Prefeitura andreense, mostra que, até terça-feira (22), a cidade registrou total de 1.665 casos em residentes, dos quais, 1.278 autóctones (contraídos dentro do município); 260 importados (adquiridos fora) e 127 sem LPI (Local Provável de Infecção). O balanço aponta ainda 134.156 casas visitadas no combate ao vetor e 167.624 imóveis percorridos para prevenção dos casos autóctones notificados, além de 1.667 empreendimentos e imóveis especiais visitados pelos 93 agentes de vigilância ambiental em saúde.
 

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