Greve de ônibus em Santo André chega ao segundo dia

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Trabalhadores das viações São José e Expresso Guarará que entraram em greve na madrugada de terça-feira (22), seguem de braços cruzados nesta quarta (23), por tempo indeterminado. A paralisação prejudica mais de 63 mil passageiros de Santo André e foi motivada pela demissão de dois trabalhadores nesta semana.

De acordo com o Sintetra (Sindicato dos Rodoviários do ABC), um dos funcionários integrava a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e por isso não poderia ter sido desligado. Quase 480 trabalhadores das duas empresas pararam.

A readmissão dos profissionais demitidos é apenas uma das reivindicações da categoria. Os trabalhadores reclamam de atraso no depósito do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) desde fevereiro, assédio moral, atraso no pagamento do vale-refeição e pedem melhores condições de trabalho.

Na manhã desta terça, uma comissão formada por 12 trabalhadores se reuniu com a diretoria da empresa para tentar chegar a um acordo. A tentativa, no entanto, fracassou.

“Está aí um companheiro que é cipeiro e foi demitido. Ele [diretor da empresa] disse na reunião que demite quem ele quiser”, conta o presidente do Sindicato, Francisco Mendes da Silva, o Chicão. “A manutenção dos carros é péssima, tem roda que cai, ônibus faltando tampa do tanque de combustível”, relata.

Nesta terça o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que pelo menos 60% da frota fosse colocada em circulação, mas a determinação ainda não foi cumprida.
Uma audiência de conciliação será realizada nesta quarta na tentativa de chegar a um acordo para por fim à greve.

A Prefeitura de Santo André prometeu implantar o Paese (Plano de Atendimento a Empresa em Situação de Emergência), para atender pelo menos parte da demanda dos passageiros que dependem da viação Guarará, que atende principalmente a região da Vila Luzita.

A empresa São José opera linhas intermunicipais que ligam Santo André a São Caetano. 100 ônibus estão parados na garagem, que fica na rua Coroados.

Ambas as empresas pertenciam a Sebastião Passarelli, que morreu em outubro de 2014, aos 87 anos.