Centros vão perder orelhões

A empresa decidiu que irá, entre 2016 e 2017, reduzir em 50% o número de telefones instalados nas zonas centrais (Foto: Pedro Diogo)

O avanço das tecnologias e o a intensificação do uso dos celulares têm tornado o serviço oferecido pelos orelhões obsoleto. Um estudo realizado pela Anatel (Agência Nacional de Comunicações) constatou que, atualmente, 60% dos Telefones de Uso Público do País realizam, em média, apenas duas de ligações por dia. Com isso, a empresa decidiu que irá, entre 2016 e 2017, reduzir em 50% o número de telefones instalados nas zonas centrais. Santo André (2.973), São Bernardo (5.211), São Caetano (889) e Diadema (1.782) somam um total de 10.865 orelhões na região, a Telefônica Vivo.

Ao colocar o celular como primeira opção e os orelhões em segundo plano, a sociedade fez a quantidade de aparelhos nos municípios, instalados obrigatoriamente a cada 300 metros, ser incompatível com a realidade. A redução implantada a partir de 2016 determina que as zonas centrais dos municípios possuam um orelhão a cada 600 metros, metade do que existe atualmente. “Percebemos que nestas regiões há um maior uso do celular”, diz Domingo Sávio, coordenador de processos da Anatel. 

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A mudança mexeu com o bolso das empresas responsáveis pelo serviço. Entre 2007 e 2012, houve uma queda de 90% em relação à receita adquirida com os Telefones de Uso Público, ao passar anualmente de R$ 1.376,99 para R$ 121,27. O fator foi determinante para a redução. “Os recursos recuperados com a mudança serão revertidos à infraestrutura, responsável pela distribuição de dados à população”, explica.

População

Em frente à estação Prefeito Celso Daniel, em Santo André, há um orelhão quase esquecido. A aposentada Carmen Marques, 72, raramente se lembra do aparelho depois de adquirir um celular. “Ando sempre com o meu celular, então não vejo mais utilidade no orelhão”, diz. 

Diego Baseggio, 30, administrador, utiliza raramente orelhões. “Só quando acaba a bateria do celular”, comenta. E, quando opta pelo aparelho, não compra cartões. “É muito caro, só ligo a cobrar”, diz o morador de Santo André. 

Quem também sente a mudança são os estabelecimentos que perderam o lucro com a venda dos cartões para telefones públicos. O Bar 100, localizado próximo à estação, ainda vende cartões de R$ 20, R$ 30, R$ 40, R$ 50 e R$ 75. “Estou aqui há dois anos, mas só vi umas cinco pessoas comprarem nesse tempo”, afirma Cleide Garcia, atendente.

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