Food trucks viram febre no ABC

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Os festivais de food trucks se tornaram febre na região. Com opções de pratos diferenciados, oferecem ao público uma oportunidade de fugir das franquias industrializadas, comuns nas praças de alimentação de shoppings, ao mesmo tempo sinalizam uma alternativa de passeio para a família.

Este é o objetivo de Juliana Mendonça, uma das organizadoras do festival de Food Trucks Rolê Gastrô, que ruma para a terceira edição em São Caetano. A ação nasceu em abril, quando reuniu 5 mil pessoas. “O sucesso foi tanto que a segunda edição já foi feita em junho e estamos com a terceira marcada para 30 de agosto”, comemora. Para Juliana, o Rolê traz uma opção diferenciada de lazer e gastronomia, que falta no município.

Os food trucks são uma fonte de diversão, principalmente para famílias. Ao perceber isso, Juliana focou nesse público na hora de investir. Então, a segunda edição contou com uma área destinada para uma melhor acomodação das pessoas, com cangas, almofadas e pequenas mesinhas. “Para as famílias se sentirem em casa”, explica. A edição de agosto contará com opções para as crianças: duas oficinas, uma que envolve plantas e outra com animais.

O investimento de Juliana é baixo, em torno de R$ 10 mil. “Investimos um pouco de cada vez, algo entre R$ 2 mil e R$ 3 mil em cada edição”, comenta. Nesse valor está embutida a ajuda de custo dada à Prefeitura pelo aluguel do espaço, que dita quais melhorias necessitam ser feitas em troca do uso do local. “Quando temos tudo pronto, fazemos um levantamento de custo e dividimos entre 12 a 15 trucks participantes”, diz. Cada loja paga em torno de R$ 400.

Para aproveitar o Rolê Gastrô, o consumidor gasta entre R$ 30 e R$ 50, valor que inclui uma porção, uma bebida e uma sobremesa. “Muitas pessoas reclamam que o tíquete é alto”, afirma ao explicar que a experiência oferecida pelo festival e a qualidade dos pratos justificam o preço. Em resumo, o cuidado com o cliente é muito grande, diz.

Abner Barros, um dos proprietários do Food Truck Barliviéri´s, que já participou do Rolê Gastrô, possui a mesma opinião. “Vendemos coisas que não gostaríamos só de vender, mas de comer”, diz. O negócio, que completou apenas 10 meses em julho, já traz satisfação ao chef. Barros já teve o retorno do investimento inicial e, também, realizou melhorias na empresa com o dinheiro ganho. “É um negócio rentável, conseguimos montar nossa própria cozinha de produção”, comenta. O Barliviéri´s é uma sanduicheria que trabalha com um cardápio rotativo, oferecendo diferentes opções de acordo com o local e público atendido. Para comer no truck, a pessoa gasta, em média, R$ 20.

SEHAL
O SEHAL (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC) acredita que a onda dos food trucks é uma realidade a qual o mercado alimentício tem de se adaptar. Porém, Roberto Moreira, presidente, destaca a necessidade de formalizar uma regulamentação específica para o negócio. “É necessário que as prefeituras se preocupem com isso para tornar a concorrência válida e oferecer segurança para o consumidor”, explica. Na região, os trucks são regulamentados como ambulantes, diferentemente de São Paulo, onde há a Lei Andrea Matarazzo, específica para as comidas de rua.

Apesar disso, Moreira enxerga a tendência como oportunidade para os restaurantes divulgarem seu trabalho. “É uma maneira de as pessoas levarem a cozinha para diferentes lugares e atingirem mais pessoas”, opina.

Metrópole e Perimetral são novos endereços da onda

O primeiro festival de food truck em shopping do ABC é realizado pelo Shopping Metrópole, em São Bernardo. As 13 opções de food trucks foram trazidas para atrair um maior público ao empreendimento. “Decidimos investir no festival para oferecer mais uma opção de lazer para os consumidores”, diz Márcia Zoratti e Souza, gerente de Marketing.

O evento tem como público alvo moradores de toda a região do ABC e pode ter mais edições. “Sempre que recebemos eventos que são bem vistos e trazem retorno para o shopping, consideramos realizá-los novamente”, declara. Em relação aos restaurantes consolidados do shopping, Márcia afirma que o festival não causa concorrência negativa. “O tipo de gastronomia é diferente, então ao trazer mais público o festival só beneficia os lojistas”, explica.

No domingo (26), estreou em Santo André o Perimetral Food Truck Park, com 25 “restaurantes sobre rodas” e música. A empreitada atraiu muita gente, que gostou e também reivindicou mais espaço para se movimentar. Conforme o nome, a empreitada aconteceu na rua Cel. Alfredo Fláquer.