Sem verbas, obras de hospital em Ribeirão Pires emperram

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As obras do novo Complexo Hospitalar de Ribeirão Pires, localizado no bairro Santa Luzia, estão paralisadas desde o início do ano passado, sem previsão de serem retomadas. O governo Saulo Benevides (PMDB) afirma que a construção parou porque o governo do Estado não repassou verba que havia sido prometida para o município.

De acordo com a Prefeitura, são necessários R$ 7,3 milhões para finalizar a construção do Complexo. “O esqueleto está pronto, estão faltando as partes hidráulica, elétrica e acabamento. Toda a documentação por parte da Prefeitura está ok, falta a transferência do recurso para a nossa conta para terminar o hospital”, explica o secretário de Saúde de Ribeirão Pires, Carlinhos de Jesus.

O hospital começou a ser construído em 2008, durante a gestão Clóvis Volpi, mas segue um cronograma conturbado devido às dificuldades financeiras para se tocar a obra. A última vez em que a Prefeitura retomou a construção foi em novembro de 2013, depois que o governo do Estado liberou R$ 3,4 milhões para a cidade. Pouco tempo depois a obra parou de novo, e segue assim até hoje.

O Complexo será instalado na Estrada da Colônia, próximo à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Luzia, que funciona desde 2012.

Os valores para finalizar e manter o Complexo Hospitalar são tão altos que é impossível para a Prefeitura bancar os investimentos com caixa próprio. Além dos R$ 7 milhões para terminar a obra, são necessários R$ 6,5 milhões para equipamentos e R$ 7 milhões mensais para o custeio. “Vou ser sincero para você, hoje o município não tem arrecadação para [bancar] isso”, reconhece o secretário Carlinhos de Jesus.

Procurada pelo RD, a Secretaria Estadual da Saúde não respondeu até o momento.

Investimento
Nesta segunda-feira (27) a Secretaria de Saúde de Ribeirão Pires apresentou um novo tomógrafo que vai funcionar na UPA Santa Luzia. O equipamento custou R$ 661 mil e foi comprado com verba de emenda parlamentar apresentada pelo deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT). Os primeiros exames serão realizados a partir do dia 15 de agosto.

Entre as novidades anunciadas pela Prefeitura estão a aquisição de duas motolâncias para agilizar o atendimento de emergência na cidade, que começam a rodar em outubro.
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Atualização em 30/07, às 17h30:

A Secretaria Estadual da Saúde enviou nesta quinta-feira (30) nota ao RD a respeito da reportagem das obras do Complexo Hospitalar de Ribeirão Pires. De acordo com a nota, em nenhum momento o governo Estado prometeu repassar mais verbas para o hospital. Esse montante faz parte de um pedido adicional feito pelo governo Saulo Benevides (PMDB), que ainda será analisado.

Leia a nota:

Em relação à reportagem “Sem verbas, obras de hospital em Ribeirão Pires emperram”, publicada pelo jornal Repórter Diário em 28 de julho, o Departamento Regional de Saúde (DRS) Grande São Paulo esclarece que desde 2007 já repassou R$ 18 milhões para a Prefeitura de Ribeirão Pires para a construção do Complexo Hospitalar da cidade. Ao contrário do que afirma o município, em nenhum momento o Estado “prometeu” repassar mais R$ 7 milhões para a conclusão da obra. Essa verba é um recurso extra, que não estava prevista no projeto inicial do hospital apresentado pela Prefeitura de Ribeirão Pires e que foi solicitado apenas posteriormente.

O Estado se comprometeu, sim, a analisar esse pedido de mais R$ 7 milhões e constatou que faltam informações que justifiquem o valor requerido pelo município. O DRS solicitou à Prefeitura de Ribeirão Pires um detalhamento de onde e como o recurso será aplicado, que ainda não foi enviado. É importante destacar, no entanto, que a prefeitura de Ribeirão Pires tem total autonomia para dar prosseguimento às obras do complexo, que será municipal.