GM demite 419 trabalhadores em São Caetano

Os 419 funcionários restantes estão sendo avisados que foram demitidos, por meio de cartas enviadas pela montadora.

A General Motors começou a demitir nesta terça-feira (7) metalúrgicos da fábrica de São Caetano que estavam com os contratos suspensos, no chamado regime de lay-off. Os funcionários estão afastados desde outubro do ano passado por causa da queda na produção de veículos e deveriam voltar ao trabalho na próxima sexta-feira (10).

Dos 819 metalúrgicos que retornariam ao batente nesta semana, 400 tiveram o lay-off prorrogado. Os 419 funcionários restantes estão sendo avisados que foram demitidos, por meio de cartas enviadas pela montadora. Outros 900 profissionais da General Motors, que estão afastados da produção desde maio (também em regime de lay-off), voltarão ao trabalho em outubro.

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“Esses 819 trabalhadores trabalhavam no terceiro turno, que foi extinto pela GM. Fizemos o possível para evitar as demissões. Não conseguimos êxito em segurar todo mundo, infelizmente é a realidade”, lamenta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão.

Não está descartada a possiblidade de ainda mais demissões. A empresa calcula excedente de cerca de 1.500 trabalhadores na planta de São Caetano.

Crise generalizada

As principais montadoras do ABC suspenderam contratos de funcionários por causa da crise e tentam adequar a produção à baixa demanda. A fabricação de caminhões e ônibus na Mercedes-Benz, em São Bernardo, está suspensa desde a última sexta-feira (3) e será retomada somente no dia 17. A montadora diz que há excedente de 2 mil profissionais.

A empresa chegou a entrar em um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que previa redução de jornada de trabalho e salário por um ano, garantia de estabilidade e retorno de parte dos 300 funcionários que tinham sido demitidos anteriormente. Os trabalhadores, no entanto, rejeitaram o acordo. Após a rejeição, 7 mil funcionários entraram em férias coletivas.
Na Ford, a produção será interrompida entre os dias 13 e 17 de julho. Na Volkswagen, 2.357 metalúrgicos tiveram os contratos suspensos em regime de lay-off na última segunda-feira (6). Os profissionais ficarão em casa pelos próximos cinco meses.

PPE

A esperança de sindicatos e trabalhadores se volta agora ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), lançado pela presidente Dilma Rousseff na segunda-feira (6).
A medida prevê que as empresas poderão reduzir em até 30% jornada e salário com o objetivo de evitar demissões. O governo vai compensar parte dessa perda salarial com dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Mercedes-Benz e Volkswagen devem ser a primeiras montadoras da região a aderir ao programa.

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