Globo exibe seus méritos a grupos estrangeiros

A Globo é, pela segunda vez, anfitriã do International Academy Day, evento anual criado pela Academy of Television Arts & Sciences, instituição que promove a premiação do Emmy. A programação contou com a presença da presidente Dilma Rousseff em jantar oferecido a altos executivos de mídia do mundo todo, nesta quinta-feira, 25, no Copacabana Palace. Pela manhã, coube ao diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, dar as boas-vindas aos visitantes que ocuparam um auditório montado especialmente para a ocasião, no Projac.

Lá estavam representados grupos como Warner Bros. Entertainment, France Televisions, E! Entertainment; África Business News, Fox International Channels, Bulgarian National Television, Frequencia Latina, Venevision, Cisneros, ZDF German Television Network, Grupo Bandeirantes, Tunder Comunicator International (China), Multimech (Nigéria), Task Films (Itália) e Sweden SVT. Falando em inglês, idioma que foi adotado durante toda a programação do evento, Schroder citou, especialmente para a informação dos estrangeiros, números que expõem a força da TV no Brasil.

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A pequena Mel Maia, atriz mirim revelada em “Avenida Brasil”, entrou em cena e, com texto também em inglês impecavelmente decorado, fez as honras de uma televisão que quer ser vista como empresa que se orgulha do seu cinquentenário, mas olha para o futuro. Mel chamou Pedro Bial, mestre de cerimônias que alinhavou toda a apresentação da história da TV, não só desde 1965, quando a Globo nasceu, mas de 1950 para cá, começando pela chegada dos contêineres que trouxeram os equipamentos encomendados por Assis Chateaubriand para a fundação da TV Tupi, primeiro canal da América Latina.

Ana Furtado juntou-se mais tarde a Bial, enquanto Marcelo Adnet se revezava em personagens diversos para ilustrar os primeiros anos da TV no Brasil. Em dado momento, ao celebrar a presença da Globo em mais de 150 países, por intermédio de suas novelas, o humorista divertiu a plateia ao pronunciar frases em inglês, espanhol, italiano e chinês – “brincadeira, não falo chinês” – em questão de segundos.

Lima Duarte estava lá, em 1950, e entrou em cena, ao lado de Fernanda Montenegro, para relatar como tudo começou. Ao sentir que o ator se alongava, Bial procurou abreviar os detalhes. “O Bial estava com pressa, mas a história era essa”, disse o ator à reportagem, mais tarde. Lima lembrou que jogava peteca no terreno onde a TV seria construída. O ator e Fernanda Montenegro encenaram uma fictícia história sobre a resistência de juízes e generais a cenas de romance e beijo na TV, em esquete encerrado com um beijo entre os dois.

Após a apresentação, questionada se não era uma ironia falar em restrições a beijos na TV, nos anos 50, quando ela própria vem enfrentando restrições ao beijo dado em Nathalia Timberg na novela “Babilônia”, Fernanda reconheceu: “A gente acha que deu uma caminhada e de repente, nada, voltamos pra trás”. “O que eu acho mais estranho é os nossos colegas, libertários, dizerem que tinha que beijar no último capítulo. Eu acho isso uma resposta pior que a dos fundamentalistas religiosos. Quando um colega nosso fala isso, de um beijo de boca fechada, com uma iluminação totalmente sombreada, um pouco mais que um selinho, isso é abismante. Preparar o público pra fazer isso no último capítulo? Nós estamos fazendo isso há 40 anos!”. Fernanda não especificou a quem se referia.

Fernanda e Lima também estiveram presentes no clipe de novelas exibido durante um painel com Silvio de Abreu, autor que hoje comanda o núcleo de novelas da casa, e Cláudio Torres, filho da atriz, sócio da Conspiração Filmes, que falou sobre a produção de séries e a produção independente na TV brasileira. No telão, foram revisitadas cenas clássicas como o pastelão à mesa entre Fernanda e Paulo Autran em “Guerra dos Sexos” e a escalada de Sônia Braga no telhado em “Gabriela”. Abreu contou que um capítulo de novelas custa US$ 200 mil e que as minisséries custam o dobro disso. Falou sobre a renovação do time de autores, uma tarefa delicada e complexa.

Ao final da tarde, veio o futebol, com muito do passado glorioso da seleção brasileira e pouco sobre as fragilidades do presente. Ronaldo foi chamado em link ao vivo, diretamente do Chile, e logo pediu para falar em português, idioma concedido também às participações de Fernanda Montenegro, Lima Duarte e Milton Gonçalves, ator que chegou à Globo junto com sua inauguração.

A emissora apresentou então números estratosféricos para a cobertura da Olimpíada de 2016. Um link ao vivo de helicóptero mereceu chamada no telão do auditório do evento, mostrando os 500 metros quadrados que esperam por um dos estúdios da Globo e do SporTV na Vila Olímpica. Uma maquete do estúdio de três andares foi levada ao palco, assim como os ex-atletas que estarão a serviço da emissora como comentaristas dos Jogos, grifes como Hortência, Guga Kuerten, Gustavo Borges, Diane dos Santos, Flávio Canto, Giba, Tandy e Shelda. O dia no Projac se encerrou com um tour pelo gigantismo cenográfico do Projac. Mas o International Academy Day vai além de um dia, e nesta sexta-feira, 26, tem mais visitação sob o melhor ângulo a ser apresentado aos visitantes. 

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