Alto preço da luz assusta empresários da região

Flávio Lima diz que tem economizado, mas a conta de luz está atrapalha os esforços (Foto: Paula Lopes)

Comerciantes da região reclamam do reajuste da tarifa de energia elétrica. De acordo com empresários consultados pelo RD, a conta praticamente dobrou de valor desde março quando foi anunciado o aumento de 33% pelo governo federal. Um dos segmentos que mais sentiram o peso foi o de lavanderias de roupas.

Flávio Lima, administrador da Estilo Lavanderia, em São Caetano, disse que sua conta, que na mesma época ficava em torno de R$ 800 em 2014, neste ano subiu para R$ 1,8 mil. O estabelecimento lava e passa cerca de 5 mil peças por mês. “Eu tenho desligado algumas máquinas em determinados horários para economizar, mas o reajuste da tarifa foi muito grande e o meu esforço tem impacto bem pequeno”, comenta o empresário.

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A empresa Wiskinão, em Santo André, atua em dois ramos distintos, lavagem de carros e distribuição de água potável por meio de caminhão- pipa. A falta de água não tem atrapalhado porque a empresa possui poço artesiano. No entanto, a captação do insumo é feita por meio de bombas elétricas que funcionam praticamente o dia todo. A lavagem dos veículos é realizada com pressurizadores, que também consomem energia. “No lava-rápido, nossa conta era de R$ 200 a R$ 230 e nos últimos meses subiu para cerca de R$ 400. Já a distribuidora de água (as contas são separadas), que pagava em torno de R$ 2 mil, agora paga R$ 3,8 mil a R$ 4 mil”, conta Rodrigo Borotto, proprietário do Wiskinão.

Edésio Lorenzo, proprietário da Padaria Grilo, no Centro de Santo André, disse que a conta subiu de R$ 2 mil para R$ 3,7 mil. Para piorar, o movimento de clientes caiu 20%. “Eu até tento economizar, mas não há como desligar freezer, estufas e as máquinas para produção de pães. Ainda bem que o forno é a gás”, comenta.

O gerente da Padaria Kennedy, de São Bernardo, Gilmar Teixeira também tem quebrado a cabeça para reduzir a conta que, segundo ele, subiu cerca de 70%. “Colocamos lâmpadas de LED, determinados equipamentos só são ligados quando realmente há necessidade, mas é o que dá para fazer. Temos três baterias de fornos elétricos, freezers, enfim, aparelhagem que gasta bastante. Geladeira não pode ser desligada. O baque foi violento”, avalia.

A proprietária do supermercado Empório do Centro, de Santo André, Priscila Brandão, diz que por causa dos custos altos e da queda no movimento demitiu dois funcionários em maio. O mercado tem freezers e também um forno elétrico no setor de padaria e confeitaria. “Eu paguei no último mês R$ 4,8 mil de luz. Antes não passava de R$ 3,2 mil. O pior é que a conta veio maior apesar de termos gastado menos em Kw/h. Duas geladeiras estavam com defeito e ficaram 20 dias paradas”, afirma.

Entenda o problema
Muitos consumidores perguntam como é possível a tarifa ter sido reajustada em 33% e a conta de luz chegar com o valor dobrado. Ocorre que, além do reajuste, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou o uso da bandeira vermelha, que acresce R$ 0,055 a cada 1Kw/h consumido. Trata-se de um reajuste extra que se soma aos 33% anunciados.

A bandeira vermelha foi adotada por causa da longa estiagem que reduziu a capacidade de produção das hidrelétricas. Com isso, entraram em cena as termelétricas, que produzem a um custo maior. 

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