Mercado de beleza cresce na região

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Na contramão dos demais, o setor de beleza continua a crescer. Exemplo é o avanço das esmalterias e sobrancelharias, e o resgate das barbearias. O fenômeno não é regional. Terceiro maior mercado de beleza do planeta, o Brasil possui mercado aquecido. Ano passado, o segmento faturou R$ 101,7 bilhões, montante 11% superior a 2013, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal e, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). No assunto e com quase cinco milhões de empregos, o Brasil está atrás somente dos Estados Unidos e da China. Por isso, o setor atrai investidores de diferentes áreas, que buscam oportunidades para adquirir novas fontes de renda.

Esmalterias estão entre os negócios que atraem empreendedores (Foto: Pedro Diogo)

Uma das que apostam na área é a Andare, especializada em franquear, vender e licenciar marcas, e com oito nomes na praça, todos de serviços estéticos – Capim Limão, Coisinha de Menina, Escovar, Esmaltitude, Projeto Biquini, Serafina Estética Especializada, Sobrancelha Express, Esmalteria Nacional Express e Esmalteria Nacional, esta com unidade no ABC. Com 245 lojas no País e sete no ABC, as franquias oferecem desde depilação até tratamentos faciais. Gustavo Andare, diretor da companhia, ensina como triunfar no mercado. “As marcas devem entender as demandas, lacunas e oportunidades do segmento”, conta.

Segundo Andare, o ABC dobrou recentemente o número de salões de beleza, principalmente em São Caetano, pelo alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do município. Em São Bernardo, Anderson Mota abriu em maio a segunda unidade da Sóbrancelhas. “O retorno do investimento é tão positivo que o plano é abrir mais quatro no Estado”, comenta o empresário, que já atua em Jacareí e Bauru, no Interior. Além de design de sobrancelhas, que sai por R$ 35, a marca oferece aplicação de henna, micro pigmentação, desondulação de sobrancelhas, depilação facial, alongamento e permanente de cílios, e até limpeza de pele e peeling facial.

Lucro

Gustavo Andare estima que o tempo necessário para conseguir retorno do investimento, que gira em torno de R$ 50 a R$ 60 mil, seja um período entre 15 e 20 meses. Porém, Anderson Mota superou a previsão de Andare ao investir na Sóbrancelhas. Seis a oito meses foi o prazo que o empresário levou para alcançar o retorno. “Depois desse tempo, a loja pagou as despesas e deu lucro”, esclarece.

Julie Cortez, proprietária da Esmalteria Julie Beauty, em São Bernardo, não viveu a mesma situação ao ingressar no ramo. “Já passei por muitos altos e baixos, mas agora as coisas estão bem”, conta. Julie trabalhava no mercado imobiliário, mas sempre sonhou em ter um salão. Quando o marido João Florindo saiu do emprego, a empreendedora decidiu que era hora de mudar a vida do casal. Assim, com a ajuda de João e da irmã, Sara Cortez, abriu há quase um ano a Esmalteria Julie Beauty, com 900 opções de esmaltes, entre nacionais e importados. O negócio começou como esmalteria, mas depois ampliou para demais serviços de salão, por causa do custo para manter o estabelecimento, que fatura cerca de R$ 30 mil por mês. “Mas ele somente se paga”, conta Julie, confiante que o negócio irá vingar em razão do atendimento. “Nosso ambiente também é sofisticado e acolhedor”, completa.

Onda retrô resgata barbearias

Outra tendência do mercado são as barbearias, que voltaram repaginadas. A 7 Barba, em Santo André, abriu em fevereiro e chama atenção pela vitrine. Bruno Padovani, um dos proprietários, conta que buscava trazer algo com identidade para o ABC, uma das grandes lacunas do mercado da região.

Barbearias estão em falta na região (Foto: Paula Lopes)

A casa atende também o público feminino, sob a justificativa de que a mulher sempre acompanha o homem no corte de cabelo. Com dois ambientes que remetem ao retro ou vintage, a barbearia oferece até cerveja e champanhe para o cliente. “Temos máquina de fliperama e utilizamos o Split-Ender Pro, aparelho que promete acabar com as temidas pontas duplas sem tirar o comprimento do cabelo”, diz.

A Barbearia São Bernardo, fundada por Wellington Bricches e o sócio Felipe Saraiva, chegou há um ano e meio com a proposta de atender em casa. “Oferecemos cortes masculinos e fazemos todos os tipos de barbas, até estilos como Wolverine”, esclarece Wellington, que acumula uma carteira de clientes satisfatória para o retorno financeiro.