Sabesp deixa Santo André e Mauá à beira do rodízio

De castigo por economizarem pouca água, cidades entram no sistema de rodízio em junho (Foto: Divulgação)

A Sabesp vai reduzir o volume de água potável enviada para as cidades de Santo André e Mauá a partir de junho. O objetivo é diminuir o consumo per capita em cerca de 30% como já acontece em outras cidades da Grande São Paulo. Por meio de nota, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou que diante da posição, estuda quais regras operacionais serão necessárias para adoção de rodízio no município.

Segundo a autarquia andreense, o fornecimento, que hoje é de 1,85m³/s, vai ser diminuido para 1,75m³/s. Desde março do ano passado, o consumo de água na cidade caiu 22%, índice estabelecido em comum acordo com a Sabesp em abril de 2014, quando eram entregues para Santo André 2,37m³/s. A assessoria de imprensa também informou que o volume recebido atualmente é menor do que o previamente estabelecido, de 1,90m³/s, e que a quantidade de água economizada no período corresponde a 520 litros por segundo.

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O RD tentou contato com o superintendente do Semasa, Sebastião Ney Vaz Júnior, mas o executivo estava fora da cidade. A informação é de que Ney Vaz retornava de viagem a Poços de Caldas (MG), onde participou de encontro que reuniu representantes de outras distribuidoras municipais de água.

Em Mauá, o superintendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), Alessandro Baumgartner, disse que, com essa redução, o esquema de rodízio não poderá ser chamado de gestão do fornecimento. “Se implantarmos o racionamento, não será para administrar a água. É porque não teremos mais água para distribuir”, disse.

De acordo com informações repassadas pela Sama, antes da crise hídrica (2013), Mauá recebia da Sabesp 3 milhões de m³ de água. Em 2014 o município passou a receber média de 2,6 milhões de m³. Até abril deste ano, a companhia estadual mandou 2,5 milhões de m³, cerca de 600 mil m³ a menos, em relação a 2013.

A situação, que já é complicada em Mauá, ficará pior porque, em função da topografia da cidade, os bairros mais distantes, como Jardins Silvia Maria e Sônia Maria, Oratório, e partes do Zaíra, ficam mais tempo sem água por conta da redução de pressão nas tubulações. O uso de oito caminhões-pipa tem sido a solução para amenizar o problema.

Sabesp

Por meio de nota, a Sabesp informou que está negociando com as prefeituras de Santo André, Mauá e Guarulhos a redução do consumo per capita. O motivo seria igualar o nível de consumo ao de outros municípios da Grande São Paulo.

“Enquanto cidades da Região Metropolitana de São Paulo, como Osasco, São Bernardo do Campo, Carapicuíba (as três são operadas pela Sabesp) e São Caetano (não operada pela Sabesp) reduziram o consumo em mais de 30%, nas cidades de Guarulhos, Mauá e Santo André a redução foi apenas cerca de 17% (comparado a fevereiro de 2014)”, diz a nota da Sabesp.

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