No ABC, exportação manteve queda no quadrimestre

A exceção é São Caetano, com crescimento de 31,75%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

As exportações originárias de municípios do ABC apresentaram queda acentuada nos primeiros quatro meses do ano em comparação com igual período de 2014. Em Santo André, o recuo foi de 26,54% e em São Bernardo de 10,98%. Diadema (-7,63%), Mauá (-14,07%), Ribeirão Pires (-16,05%) e Rio Grande da Serra (-73,08%) seguem a mesma toada. A exceção é São Caetano, com crescimento de 31,75%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

São Bernardo exportou nesses primeiros quatro meses do ano US$ 1,057 bilhão, Santo André US$ 165,7 milhões e São Caetano US$ 121,4 milhões. Na sequência estão Mauá (US$ 95,07 milhões), Diadema (US$ 54,9 milhões), Ribeirão Pires (US$ 44,6 milhões) e Rio Grande da Serra (US$ 28,3 mil).

Newsletter RD

Segundo o diretor do Ciesp São Bernardo, Mauro Miaguti, o Brasil tem perdido espaço no mercado externo. Uma das razões é a falta de credibilidade, já que as regras mudam de forma constante o que tornaria as operações menos seguras. “Vamos pegar como exemplo as medidas para redução de impostos com a finalidade de alavancar as vendas. Elas foram suspensas recentemente. E isso ocorre com certa frequência. É difícil se planejar. Sem contar essa instabilidade política em Brasília que deixa todos apreensivos”, afirma.

Miaguti também explica que o dólar mais alto que o real ajuda a amenizar o problema porque melhora a competitividade dos produtos nacionais, mas não soluciona, pois a alta carga tributária e a infraestrutura ruim também encarecem as manufaturas brasileiras. Ele também ressalta que há um longo processo para a conquista do mercado externo. Quando um cliente é perdido, é preciso tempo para reconquistá-lo”, diz.

Segundo o dirigente, não é porque o dólar subiu que automaticamente nossos produtos ficarão mais baratos e as empresas de fora voltarão a comprar. “Há contratos que foram firmados no passado e que devem ser cumpridos para, aí sim, o cliente escolher um novo fornecedor. Há décadas o Brasil tem conquistado um bom espaço no comércio exterior, mas tem perdido esse trabalho nos últimos anos”, afirma o empresário.

Importações fracas mostram nível de retração do mercado

Importar também não tem sido tarefa fácil. Em cinco das sete cidades do ABC o recuo foi acentuado na comparação com o primeiro quadrimestre de 2014. Somente São Caetano e Diadema apresentaram aumento, de 0,86% e 0,48%, respectivamente.

O montante importado por São Caetano no período foi de US$ 139,3 milhões. Em Diadema as compras provenientes do Exterior atingiram US$ 210,4 milhões. Santo André registrou volume de US$ 283,4 milhões, recuo de 24,62%. Em Mauá (US$ 114,7 milhões) a queda registrada é de 11,27%. Rio Grande da Serra também importou menos (6,52%). Em São Bernardo, o volume de US$ 813,9 milhões representa retração de 30,08% e, em Ribeirão Pires, importou-se 32,19% a menos, US$ 20,7 milhões.

Para Jeferson dos Santos, professor de Administração Universidade Metodista, essa diminuição é um mau sinal. “Máquinas e equipamentos importantes para modernizar nosso parque fabril também pararam de ser adquiridos. Além do mais, a importação gera concorrência e ajuda a derrubar a inflação”, explica.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes