Com novo lay-off na GM, região passa a ter 3.738 trabalhadores parados

Com o fraco desempenho da economia fica cada vez mais incerta a rotina de bater o cartão

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano vai realizar, nesta sexta-feira (15), às 16h, nova assembleia em frente ao portão 4 da General Motors para apresentar a proposta da montadora de colocar em lay-off outros 900 trabalhadores. Fora esses, a companhia já conta com 819 empregados na mesma situação. No total, o ABC tem 3.738 trabalhadores parados ou com parada definida para os próximos dias, em situação semelhante, porque as empresas não conseguem vender seus estoques.

No caso da GM a situação é preocupante porque o lay-off atual, com 819 trabalhadores já havia vencido e, por meio de negociação com o sindicato, foi estendido por mais dois meses com término previsto para 9 de junho. Ou seja, o alívio pelo adiamento de demissões nesta semana é por curto espaço de tempo.

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“Temos reunião agendada com a direção da GM para a semana em que terminará esse primeiro lay-off. Ainda não sabemos o que fazer, o problema é mais grave do que parece. Nossa primeira alternativa seria estender novamente a medida. A verdade é que, se a economia não melhorar no curto prazo, ficará difícil evitar demissões”, diz Cícero Marques da Costa, diretor executivo do Sindicato.

Dos outros 900 que entrarão em lay-off, anunciados nesta semana, 386 estavam em licença remunerada. A assembleia desta sexta-feira é para explicar a proposta acertada e obter a aprovação (ou não) dos trabalhadores.

“Inicialmente a empresa queria demitir. Mas achamos o lay-off uma saída melhor, pois dá ao trabalhador mais tempo para uma recolocação no mercado de trabalho ou, quem sabe, até mesmo voltar à linha de produção da GM”, explica. Com mais esse grupo, a GM contabiliza, sozinha, 1.719 empregados com contratos de trabalho suspensos.
Mesmo com essas medidas, a empresa, que possui cerca de 10,5 mil funcionários, demitiu, no dia 8 de maio, 150 empregados. “Estamos pressionando para que pelo menos 50 sejam readmitidos”, afirmou Costa.

Modelo é quase unânime nas montadoras

O lay-off tem sido a principal saída encontrada para evitar ou pelo menos adiar demissões. Em Santo André, o Sindicato dos Trabalhadores Borracheiros da Grande São Paulo (Sintrabor) fechou acordo de suspensão de contrato de trabalho com 450 funcionários da Pirelli com término previsto para outubro.

Em São Bernardo, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), no primeiro trimestre do ano, entre contratações e demissões, as montadoras fecharam 843 postos de trabalho. Para evitar uma piora da situação, a solução tem sido negociar estabilidade nos contratos de trabalho. Dessa forma, enquanto durar o acordo, as empresas substituem as demissões por outros mecanismos de redução de custos como lay-off, banco de horas, férias coletivas ou licença remunerada.

É o caso da Volkswagen, que deu férias coletivas entre 4 e 14 de maio para toda a produção e tem previsão de lay-off para 230 trabalhadores a partir de 1° de junho. Na montadora alemã, o acordo de estabilidade vale até 2019.

Da mesma forma, no dia 11 de maio, a Ford colocou em férias coletivas toda a linha de produção. O retorno ao trabalho está marcado para a próxima sexta-feira (22). Além dessa medida, há 424 funcionários em banco de horas por tempo indeterminado e, desde 11 de maio, 200 trabalhadores tiveram seus contratos suspensos (lay-off). Na empresa norte-americana, o acordo de estabilidade vale até 2017.

A iniciativa da Scania, cujo acordo de estabilidade vale até 2017, é menos impactante, por enquanto. Para reduzir a produção, a fábrica para toda segunda-feira durante o mês de maio e, para junho, há a previsão de emenda do feriado de Corpus Christi, 4 de junho.

Por fim, na Mercedes-Benz, onde o sindicato não conseguiu costurar nenhum acordo de estabilidade, 715 trabalhadores estão em lay-off. Entre 22 e 27 de abril uma greve conseguiu reverter decisão da montadora de caminhões e ônibus de demitir 500 funcionários.

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