Falta de professor emperra curso de mandarim no ABC

No ABC, porém, a oferta de cursos é baixa, e isso não se dá pela pouca demanda (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)

Há alguns anos o mandarim tem sido apontado como o idioma do futuro, uma vez que economia nacional tem realizado relações cada vez mais intensas com a China, o que exige dos brasileiros pelo menos domínio básico do idioma. No ABC, porém, a oferta de cursos é baixa, e isso não se dá pela pouca demanda. Ao contrário, escolas afirmam que a falta de profissionais qualificados é o maior empecilho para a difusão da língua na região.

Na Countdown Idiomas, uma das poucas encontradas a oferecer o curso e com filiais em Santo André e São Caetano, o aumento de 30% na demanda em comparação com 2014 levou o curso de mandarim a ser o 4º mais procurado. “A expansão das multinacionais é a principal razão para a ampliação da procura”, esclarece Camila Damasceno, gerente comercial da escola. “100% dos alunos estão em busca de realização profissional, não pelo gosto cultural. Muitas vezes é até exigência direta da empresa”, diz.

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De acordo com Bruno Viterale, supervisor de marketing da Mandariam de Língua Chinesa, em São Paulo, 1% dos alunos são do ABC. “Não há facilidade para deslocarmos professor até aí, apesar da demanda”, afirma. Viterale cita como exemplo de mecanismo de difusão do curso acordo firmado com escola de Santos para atender especificamente às demandas da cidade. Segundo o supervisor, no ABC seria tomada estratégia semelhante. “Um de nossos alunos estuda abrir filial aí, mas isso depende de  logística adequada, que levará em conta o que as empresas têm esperado”, diz.

A visão é a mesma da paulistana NinHao, segundo a secretária Adriana Gazzaneo. “Para lecionar aqui não basta ser chinês e falar o idioma, é preciso ser avaliado por chineses e brasileiros”, afirma. O  processo identifica a didática do professor e  pronúncia, fator primordial no mandarim, sem o qual a comunicação pode ser prejudicada. “É inviável para um profissional de São Paulo ir para o ABC vários dias por semana”, diz.

Cultura chinesa

Como o perfil principal dos alunos  é de um profissional que busca contato imediato com o idioma para se adequar ao mercado, a NinHao aposta em eventos culturais para estimular o público geral. “Realizamos palestras na celebração do Ano Novo Chinês, na Liberdade, e tivemos boa recepção. Temos ainda espaços nas nossas dependências voltados para o consumo de produtos culturais, como filmes, músicas e novelas chinesas”, esclarece Gazzaneo.

Adriana Gazzaneo afirma que a dificuldade para o brasileiro aprender o idioma é o medo dos ideogramas, um sistema de grafia que não corresponde aos sons da palavra igual ao alfabeto. “Para ter bom conhecimento é preciso passar por todo o processo de aprendizado, desde o pin, que é o chinês escrito com nosso alfabeto ocidental, até o ideograma e a conversação”, afirma. O curso na Countdown, segundo Camila, oferece programa de até cinco anos. Os cursos realizados em grupo são mais em conta. O valor do curso vai de R$ 260 a R$ 350.

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