Venda de motos seminovas registra queda

Apesar do início de ano ruim para as vendas, a expectativa é de recuperação (Foto: Pedro Diogo)

De acordo com revendedores de motos seminovos, o ABC não seguiu a tendência nacional de aumento nas vendas desse tipo de veículo. Dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que, entre o primeiro trimestre de 2015 e o mesmo período em 2014 as vendas de motocicletas foram de 636.672 para 658.813, o que indica elevação de 3,48%, um sinal de recuperação do mercado nacional diante da crise. Na região, o cenário é outro, e as vendas dos varejistas registraram recuo que varia de 10% a 40%.

A Meninão Motos, em Ribeirão Pires, é um exemplo de como a realidade econômica do ABC interfere no varejo de motos seminovas. Segundo Alexandre Dias, proprietário do estabelecimento, a queda nas vendas chegou a 40%. “O alto índice de roubos e furtos é uma das causas disso”, afirma. Os altos juros também são apontados como causa da queda nas vendas. “De modo geral, os seminovos são mais em conta por causa dos preços mais baixos, mas com a restrição do crédito, as pessoas reduzem as compras”, esclarece Dias. A solução para o problema, de acordo com o varejista, é investimento em outros setores. “Vou começar a concorrer no mercado de veículos para garantir a continuidade dos negócios”.

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Renato Ribeiro Filho, administrador da Bandit Motos, em Santo André, também defende que a economia do País influencia nas compras dos clientes. “Houve queda em torno de 20% no início desse ano. Por conta dos juros abusivos, as pessoas têm medo de fazer dívidas”, diz. O proprietário afirma ainda que, apesar da diminuição, as vendas estão se recuperando. “As pessoas precisam se locomover mais rapidamente com economia de combustível. Há muita procura de compradores que trabalham e estudam, principalmente mulheres”.

O fortalecimento do mercado foi igualmente sentido na BG Multi Motos, também de Santo André. De acordo com o vendedor Adriano Escarazzati, apesar da queda de 10% em comparação com o primeiro trimestre de 2014, o mês de março de 2015 teve um aumento de 60% nas vendas em comparação com fevereiro. “Em geral, março é um mês em que as vendas se elevam”, esclarece Escarazzati. “Em janeiro e fevereiro as pessoas têm contas para pagar do Natal e Ano Novo, e depois tem o Carnaval, então, só em março elas voltam a comprar”.

Se na média do trimestre a comercialização de motos na região se mostrou bem abaixo da média nacional, pelo menos o fenômeno de aumento dos negócios em março, relatado por Escarazzati, está alinhado com o levantamento feito pela Fenabrave. As estatísticas da entidade mostram que março, especificamente, registrou aumento de 27,13% nas vendas em comparação com fevereiro. 

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