Sindicato e Pirelli discutem lay-off nesta terça (31)

Pirelli tem 2.500 funcionários na fábrica de Santo André (Foto: Reprodução Google Maps)

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Borracheiros da Grande São Paulo (Sintrabor), Márcio Ferreira, vai se reunir com executivos da Pirelli às 14h desta terça-feira (31), para discutir o sistema de lay-off que será adotado na empresa. O sindicalista adiantou que pretende organizar uma manifestação na porta da fábrica, em Santo André, nesta quarta-feira (1° de abril) caso a proposta a ser feita seja prejudicial à categoria.

“Queremos saber qual o modelo que será adotado, se é redução de horas, suspensão de contrato, enfim, precisamos saber o que e como será feito para tomar uma decisão. De acordo com o que nos disserem haverá protesto como aconteceu na quarta-feira passada”, disse Ferreira.

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O sindicalista afirmou que a reunião desta terça-feira não tratará da questão da venda do Grupo Pirelli à chinesa ChemChina (China National Chemical Corp). No entanto, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Santo André informou que a vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Econômico, Oswana Fameli, se reunirá no mesmo horário com o diretor de Relações Institucionais da empresa, Mário Batista, para tratar justamente das negociações entre italianos e chineses e os possíveis impactos para a economia da cidade. A princípio a reunião com Oswana estava agendada para mais cedo, às 10h.

Pela negociação, a companhia asiática adquiriu, de imediato, cerca de 26% do controle acionário. “Os chineses também têm a preferência de compra do restante das ações pelo valor de 15 euros a ação, o que garantirá o controle do grupo italiano pelo montante de US$ 7,7 bilhões”, explicou o sindicalista.

A Pirelli conta com 2.500 funcionários na fábrica de Santo André e outros 500 na área administrativa. Todos preocupados com a possibilidade de demissão, tanto pelo fato de a empresa ter sido vendida quanto pela queda nas vendas em função da crise econômica. Embora os executivos garantam que nada mudará, existe a desconfiança de que os novos controladores optem pela redução da folha de pagamento como forma de contornar a crise.

Segundo Ferreira, por conta do esfriamento do mercado, a empresa estaria estocando pneus em caminhões baú por não haver mais espaço físico para guardá-los na fábrica. “Não é só a Pirelli. Temos a informação de que a Firestone também tem cerca de 100 mil pneus estocados à espera de compradores. A crise política faz aumentar a crise econômica. Dessa forma, vende-se pouco carro e isso é ruim para o mercado de pneus”.

O RD entrou em contato com a Pirelli que informou, por meio da assessoria de imprensa, que não irá se pronunciar.
 

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