Garis preparam manifestação e greve chega ao sexto dia

GCM escolta coletores de lixo na rua Cotoxó, na Vila Pires, em Santo André (Foto: Agnaldo Sousa)

Prefeituras da região já trabalham com a possibilidade de que a greve dos coletores de lixo se prolongue por mais tempo do que a paralisação do ano passado, que durou oito dias. A mobilização da categoria chega neste sábado (28) ao sexto dia sem nenhuma perspectiva de acordo entre trabalhadores e empresários.

Sem obter nova proposta de reajuste, o Siemaco ABC (Sindicato dos Empregados em Limpeza Pública) promete aumentar a pressão sobre empresas e prefeitos. Na visão da entidade, os gestores municipais não estariam colaborando para um desfecho do impasse.

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Na próxima terça-feira (31) a categoria vai realizar manifestação no Paço de Santo André. O ato está marcado para as 14h, em torno do Monumento ao Trabalhador, obra de Tomie Ohtake que fica ao lado da Câmara Municipal.

O sindicato diz que o ato tem como objetivo “responder à provocação do piquete policial pró patrão, que foi a única manifestação até o momento da prefeitura de Santo André”. A entidade reclama que GCMs e policiais estariam intimidando trabalhadores a não aderir à greve.

Aterro e plano B
Apesar de o sindicato garantir que o aterro Lara, em Mauá, está funcionando normalmente, caminhões de lixo têm encontrado dificuldades para acessar o local devido a bloqueios feitos por grevistas. A área recebe resíduos de quase todas as cidades da região, com exceção de Santo André.

As toneladas de lixo que as prefeituras estão conseguindo coletar de forma emergencial estão sendo armazenadas em locais alternativos, devido à paralisação do aterro. São Caetano, por exemplo, adotou a mesma estratégia do ano passado: voltou a jogar resíduos no terreno onde antes funcionavam as Indústrias Matarazzo, na divisa com a Capital.

Em Ribeirão Pires, o lixo está sendo depositado em um galpão próprio com aproximadamente duas toneladas de lixo acumuladas. “O local foi escolhido por já estar contaminado com resíduos de uma antiga fábrica, e por agora ser um pátio de veículos abandonados. O local foi devidamente impermeabilizado antes de receber o descarte. O lixo ficará estocado neste local provisoriamente,” afirma o secretário de Gestão Ambiental de Ribeirão Pires, Gerson Goulart.

Estratégia
O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) diz que nos cinco primeiros dias de greve foram coletadas 520 toneladas de lixo, o que corresponde a menos de um dia de coleta em Santo André. Diariamente, 650 toneladas de resíduos são coletadas na cidade.

No sábado pela manhã sairão 14 caminhões compactadores em Santo André, com escolta da Guarda Municipal, 3 equipes da Secretaria de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, com basculante para a limpeza da frente e do entorno das estações de coleta Palmeiras (Prestes Maia), Carnaúba (Tamarutaca) e Caminho do Pilar. 

No sábado à tarde, duas equipes com compactadores mais caminhão-pipa farão a limpeza das 12 feiras livres do sábado. À noite a coleta volta aos pontos mais críticos da cidade, como áreas comerciais. No domingo (2) equipes próprias com basculantes e máquinas vão priorizar a limpeza das caçambas de núcleos habitacionais.

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