Governo busca geração térmica extra de mil MWh em 2016, diz ONS

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, afirmou nesta sexta-feira que o governo trabalha para garantir uma geração adicional de energia via usinas termelétricas nos próximos dois anos. Segundo ele, a previsão é que haja geração extra de mil MWh em 2016 e mais 3 mil MWh de térmica a partir de 2017.

O diretor afirmou ainda que “não há incerteza” em relação ao fornecimento de energia no País neste ano. “A gente acredita que para este ano o abastecimento está garantido”, afirmou Chipp, que participa nesta manhã de seminário na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O diretor defendeu o sistema nacional de fornecimento que está “operando para o que foi planejado”, suportando um período de “estresse” no abastecimento hídrico. “Para esse ano, não há incerteza. Eu tenho recomendado há algum tempo uma maior agregação de geração térmica na matriz. A moda é geração limpa, mas a conta não fecha. Tenho que ter uma garantia a mais. Por isso, o governo trabalha para atender a uma geração térmica extra de mil MWh em 2016 e 3 mil MWh em 2017”, completou.

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A geração adicional aliviaria o atual nível dos reservatórios, que desperta preocupação entre empresários e governo sobre a garantia de abastecimento no longo prazo. Para o empresário Marcio Veiga, presidente da PSR, há risco em alguns reservatórios de chegar ao final do ano com menos de 10% de capacidade. “Temos uma probabilidade alta de chegar ao final do ano com níveis muito baixos. É uma situação muito preocupante. Nós fizemos as contas e precisaria reduzir a demanda em 5% a partir de maio”, afirmou Veiga.

Além da desconfiança com o abastecimento, os empresários demonstraram preocupação com o custo da energia. Durante o seminário, a Firjan apresentou um estudo que aponta que o custo médio no País alcançou, em março, o topo do ranking internacional entre 28 países: R$ 534,28 MWh. O custo registrou um crescimento de 48% desde dezembro, em função da revisão extraordinária autorizada pelo governo e pela implantação do sistema de bandeiras tarifárias.

O movimento no País contraria uma trajetória internacional de queda no custo da energia, acompanhando a depreciação da cotação internacional do petróleo. Nos demais países pesquisados pelo estudo, o custo caiu 6% em média, no período.

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