Com inflação alta, quem pode deve fugir da poupança

Renda fixa é aplicação ideal (Foto: Fotos Públicas)

No cenário atual, de juros e inflação elevados, a poupança deixou de ser boa opção para quem tem dinheiro para aplicar. Especialista consultado pelo RD recomenda a migração para a renda fixa. No entanto, ele alerta para a necessidade de se observar as taxas administrativas cobradas pelas instituições bancárias e também considerar o imposto de renda cobrado no ato da retirada.

Segundo Anderson Luis Saber Campos, professor do Programa de Pós-graduação e Administração da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), a poupança rende, no máximo, 6% ao ano mais a TR, insuficiente para repor as perdas com a inflação que está próxima de 8%. “O ideal é partir para investimentos atrelados à Selic, taxa básica de juros, que hoje está em 12,75%”, recomenda.

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Em seu ponto de vista, a opção é procurar um fundo de renda fixa pós-fixada, cujo rendimento acompanha a evolução da Selic. “Se a expectativa fosse de queda de Selic, não seria a melhor opção. Mas nesse momento, o mercado aguarda novos aumentos na taxa básica de juros. Quem aplicar agora, que está em 12,75%, daqui a alguns meses poderá ter rendimento superior, conforme o nível de aumento indicado pelo Copom”, explica.

Para Campos, não existe a possibilidade, no curto prazo, de a taxa Selic sofrer redução porque é a ferramenta do governo para combater a inflação. Mas, para aplicar, é preciso ter consciência de que será cobrado imposto de renda sobre o rendimento. A tributação parte de 22,5%, caso o recurso fique de 30 a 180 dias aplicados e cai gradualmente, sendo de 20% entre 181 e 360 dias, de 17,50% entre 361 e 720 dias e de 15% caso a retirada ocorra depois de 720 dias. Caso o saque ocorra até 29 dias depois de aplicado, além do tributo há cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

É importante também ficar atento à taxa administrativa cobrada pela instituição que pode variar de 0 a 5% ao ano. “É simples, mas exige algum conhecimento e boa vontade de fazer algumas continhas para ver se o rendimento líquido vale à pena”, ensina.

Regras

Em 2012, tanto o índice da inflação quanto o da Selic estavam baixos e investidores de renda fixa e variada migragram para a caderneta de poupança. Para evitar a migração o governo mudou a regra. Desde maio de 2012 a poupança rende 70% da Selic sempre que a taxa básica for igual ou menor que 8,5%, o que a torna pouco atrativa para investidores profissionais, caso o cenário seja de inflação baixa. Se a Selic for maior que 8,5% volta a valer a regra anterior (6% mais TR), que é o que acontece hoje. Porém, com inflação perto dos 8%, ela é ruim para todos.

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