Em greve, professores do ABC vão à Paulista

Profissionais do ABC prometem comparecer em peso ao ato na Capital. Em São Bernardo, ônibus vão sair da subsede da Apeoesp.

Os professores da rede estadual de ensino vão realizar nesta sexta-feira (27) nova assembleia na avenida Paulista, no vão livre do MASP, em meio à greve que atinge cada vez mais escolas no Estado. A categoria deve decidir pela continuidade da paralisação, que teve início no dia 13 de março.

Profissionais do ABC prometem comparecer em peso ao ato na Capital. Em São Bernardo, ônibus vão sair da subsede da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) por volta do meio-dia, rumo a São Paulo. Grupos também sairão das subsedes de Santo André, São Caetano, Diadema e Mauá.

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A categoria pressiona o governo do Estado para que sejam abertas negociações sobre a pauta de reivindicações. O principal item diz respeito ao aumento de salário – o sindicato pede 75,33 % de reajuste, como forma de compensar a falta de ganho real acumulada de outros anos.

“O governo publicou um decreto dizendo que esse ano seria zero de aumento. Numa inflação que está 7% ao mês, num país onde o transporte aumentou 18% e no Estado onde o governo aumentou seu salário em 20%, é um deboche os professores não terem reajuste”, reclama um dos coordenadores da Apeoesp de São Bernardo, o professor Aldo Santos.

Protestos

São Bernardo recebeu na manhã desta quinta-feira (26) manifestação de professores da rede estadual, na véspera do ato na avenida Paulista. Os profissionais se concentraram na praça da Matriz, no Centro, e realizaram assembleia, onde reiteraram a disposição em manter a greve.

Depois da concentração na praça da Matriz, os professores realizaram caminhada pela região central, passando pela rua Marechal Deodoro e pelo Paço, onde gritavam palavras de ordem contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que foi chamado de “autoritário” porque não estaria respeitando o sindicato da categoria.

“Em São Bernardo estamos, no mínimo, com 50% das escolas paradas”, estima o professor Aldo Santos. “A greve está em um crescente. Decretamos a paralisação porque se esgotaram todos os canais de comunicação com o governo do Estado”, disse.

Na última quarta-feira (25), professores da Capital deram início a um acampamento em frente à Secretaria Estadual da Educação, na República, com o objetivo de pressionar o governo a negociar.

Estado

O governo do Estado não deu sinais que pretende conversar com os grevistas. Muito pelo contrário. A gestão Alckmin já avisou que não vai promover aumento e não negociará com a Apeoesp.

Além do reajuste salarial de 75,33%, os professores reivindicam, também, a reabertura de classes e períodos fechados, convocação de todos os concursados, fim da violência nas escolas, aplicação da jornada do piso e aumento dos valores de vale-alimentação e vale-transporte.

Na pauta também está presente um item elaborado sob medida para a crise hídrica enfrentada pela região metropolitana: “água em todas as escolas, para todos”.
De acordo com o último balanço da Apeoesp, 35% dos trabalhadores aderiram à greve no Estado.  

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