Contratações na região têm saldo negativo em fevereiro

De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego na quarta-feira (18), houve mais demissões do que contratações na região do ABC durante o mês de fevereiro. No período, foram criadas 27.318 vagas de emprego com carteira assinada e fechadas 28.985. O saldo está negativo em 1.667 vagas.

São Bernardo gerou 8.772 vagas de emprego, mas as empresas da cidade fecharam 10.175 postos de trabalho, saldo negativo de 1.403 vagas. Diadema apresentou saldo negativo de 473 postos, resulatdo da contratação de 2.851 trabalhadores e demissão de outros 3.324. Também apresentaram saldo negativo Mauá (-129) e Ribeirão Pires (-39). Fecharam o mês com saldo positivo Santo André (177), Rio Grande da Serra (190) e São Caetano (10). Veja tabela.

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Segundo Andreson Luis Saber Campos, professor do Programa de Pós-Graduação e Administração da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), o cenário atual com inflação alta e aumento da taxa básica de juros tende a prejudicar a economia como um todo, mas as regiões industriais sentem mais o peso das medidas saneadoras do governo federal. “Em um cenário desses, o empresário não quer investir e os consumidores têm medo de gastar porque não sabem se estarão empregados no dia seguinte. Isso cria um efeito cascata que prejudica os setores de comércio e serviços. Como o ABC é uma região industrial, esse ciclo é bastante prejudicial para a geração de empregos, daí esse saldo negativo”, analisa o professor.

Para Campos, mesmo a alta do dólar, que favorece as exportações, terá efeito abaixo das expectativas no desempenho da indústria. “O aumento dos impostos, da energia elétrica e a crise hídrica tendem a aumentar consideravelmente os custos das empresas. Isso reduz o ganho que o dólar no patamar atual poderia garantir aos exportadores”.

Estado

No Estado como um todo foram gerados 6.149 empregos celetistas, expansão de 0,05% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. O principal responsável pelo desempenho positivo foi o setor de Serviços, gerador de 27.019 novos postos de trabalho, com destaque para o ramo de ensino (12.867), Serviços de Alojamento e Alimentação (8.023) e Administração Pública (5.337). Serviços, aliás, é o único setor que tem o que comemorar. Nos demais – Agropecuária (-11.055), Comércio (-6.188), Indústria de Transformação (-4.218) e Construção Civil (-4.034) apresentaram saldos negativos.

Segundo o Caged, na série ajustada, que incorpora as informações declaradas fora do prazo, nos dois primeiros meses de 2015 houve decréscimo de 6.275 postos (-0,05%). Já na série com ajustes, nos últimos 12 meses verificou-se redução de 0,53% no nível de emprego.

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