Obra parada em Mauá pode atrair mosquitos

Além de água, o poço aberto acumula lixo (Foto: Pedro Diogo)

Quem frequenta a rua Rio Branco, em Mauá, já se deparou com um elemento novo na paisagem: um grande poço que acumula água suja, aberto em 2014 para obra da empresa Odebrecht Ambiental, e que ainda não foi fechado. Os lojistas e moradores da região temem que a obra seja ambiente propício para proliferação dos mosquitos da dengue. Problemas com o trânsito e com alagamentos também geram reclamação.

Para encarar a dificuldade com bom humor, Carlos Adão, proprietário da loja Império, brinca que a Prefeitura deu início à obra e depois a deixou “de enfeite”. “Não vem ninguém aí para vistoriar, para concluir a obra, limpar. A obra já está fazendo aniversário”, comenta.

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O poço mantém, de fato, um grande volume de água parada. A preocupação com a proliferação da dengue é bastante coerente, uma vez que as fortes chuvas e o tempo seco são ideais para a reprodução do mosquito transmissor da doença.

Há, contudo, uma falha na borda da estrutura que faz a água escorrer e gerar ainda mais desconforto. “Alaga bastante aqui, às vezes até quando não chove. Empoça tudo, é muito ruim”, reclama Adão. Quanto ao trânsito, observa-se que a obra ocupa uma das vias da rua Rio Branco. Para contorná-la, carros e ônibus precisam invadir a faixa de mão contrária. José Carlos, jornaleiro que trabalha há poucos metros da obra, reconhece que a Odebrecht Ambiental tem responsabilidade no caso. “Foi essa empresa quem começou isso tudo, eu não sei para quê”, afirma o vendedor.

Um morador da região publicou no Facebook, em 23 de fevereiro, um vídeo que denuncia a enorme sujeira contida no poço. Na época, como mostram as imagens, a quantidade de garrafas de vidro e plástico boiando na superfície da água era ainda maior. “Eu fico feliz de vocês estarem aqui, investigando esse problema”, comentou o morador, que não quis se identificar.

Por meio de nota, a Odebrecht Ambiental informou que “o poço faz parte do plano de obras para a implantação da rede de esgotamento sanitário do município. O efluente presente no local não é esgoto, mas sim água de chuva, que recebe constantemente pastilhas de cloro para evitar a proliferação do mosquito da dengue”. A concessionária informa ainda que a obra segue o cronograma, e que a conclusão está prevista para o final de abril”.

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