Vendas de veículos novos têm queda 30% no ABC

Savol aposta em promoções para reverter queda de 21%. (Foto: Évora Meira)

A venda de automóveis e comerciais leves novos no ABC apresentou queda de 30,05%, em média, no primeiro bimestre de 2015 em comparação com o mesmo período de 2014. No acumulado do ano foram vendidos 6.911 veículos contra 9.881 no mesmo período do ano passado. A informação é da Jato Dynamics, empresa especializada em pesquisa e coleta de dados no setor automotivo, e tem como base o número de licenciamentos registrados em janeiro e fevereiro nas sete cidades da região.

Na comparação mensal, em fevereiro deste ano foram comercializados 3.197 veículos contra 3.714 em janeiro, queda de 13,92%. Já no comparativo com fevereiro de 2014 (4.281), a queda foi mais acentuada, de 25,32%. A expectativa de algumas concessionárias da região é de que a situação melhore com o passar dos meses, mas não o suficiente para atingir o mesmo patamar de vendas do ano anterior.

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“No acumulado do bimestre tivemos uma queda entre 25% e 30%. Nossas vendas chegaram a crescer 0,4% em janeiro na comparação com dezembro. Mas em fevereiro despencou 28%. Para amenizar os problemas financeiros decorrentes da crise, buscamos melhorar a qualidade das vendas para aumentarmos a rentabilidade”, explicou Rogério Quina, gerente Comercial da concessionária Peugeot Alpes, de São Bernardo.

O diretor comercial da Volkswagen Savol, de Santo André, Daniel Menezes, disse que a queda nas vendas de carros novos no início do ano foi de 21%. Ele afirmou que já esperava o resultado por conta da crise e que para melhorar o desempenho a rede tem lançado promoções específicas e trabalhado forte para fidelizar o cliente. “Nossa expectativa é que esse mau desempenho se mantenha até o final de março. Até acho que aos poucos as vendas melhorem, mas não chegarão ao mesmo patamar de 2014 porque o cliente, em função dessa turbulência toda, pensa mais para comprar”, disse.

Paulo Fazilari, gerente comercial da Ford Mix, de São Caetano, concorda com Menezes sobre a cautela do consumidor. “O problema não é crédito, não é falta de dinheiro. O problema é medo. Como ninguém sabe o que vai acontecer, as pessoas têm medo de gastar. É pura dalta de confiança”, analisou.

Segundo Fazilari, em janeiro a loja até vendeu bem, mas em fevereiro houve redução no faturamento em torno de 30%. “E março está pior. Para nós o mês ainda nem começou”, reclamou.

Brasil

A diminuição das vendas de automóveis e comerciais leves no ABC é um pouco mais acentuada do que no resto do País. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional dos Revendedores de Veículos Automotores), o segmento apresentou, em todo o Brasil, redução de 22,53% no primeiro bimestre, em comparação com igual período de 2014. A Fenabrave também usa o registro de emplacamentos como base para suas estatísticas.

Ainda de acordo com a Fenabrave, o segmento teve o pior mês de fevereiro dos últimos oito anos, apresentando queda de 26,68%, totalizando 178.822 unidades, contra 243.895 em janeiro. Se comparado com fevereiro do ano passado (245.904 unidades), o resultado aponta uma queda de 27,28%.
 

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