Casos de dengue no ABC cresceram mais de 400%

São Bernardo encabeçou a lista com 73 casos. (Foto: Cláudio Fachel/ Palácio Piratini )

O número de pessoas infectadas pelo vírus da dengue na região subiu de 44 no final de janeiro para 233 até o início de março, de acordo com informações enviadas pelas prefeituras. O aumento de 429,54% é preocupante e mostra que o ABC segue o mesmo caminho de outros municípios do Interior do Estado, onde a doença parece estar fora de controle. A boa notícia é que pelo menos não há registro de mortes até o momento.

São Bernardo é o município mais atingido, com 73 casos confirmados de janeiro até o final de fevereiro. Destes, 19 são autóctones (contraídos no município) e 54 importados (pessoas que contraíram a doença em outras cidades). Para se ter ideia do que essa quantidade representa, no final de janeiro a cidade tinha a confirmação de 13 pessoas infectadas, ou seja, em pouco mais de 30 dias houve aumento de 461,53%. Os bairros mais atingidos são o Centro, Alvarenga e Planalto.

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Cândida Rosa Alves, chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica da cidade, afirma que a evolução dos casos de dengue neste ano é um fenômeno ocorre em todas as regiões do País. “Muitas pessoas guardam água da chuva e reaproveitam a água da máquina de lavar, mas sem o cuidado de tampar esses reservatórios adequadamente”, explica. Outro fator apontado por Candida é o clima propício ao mosquito, com o calor intenso e fortes chuvas.

As ferramentas usadas para combater o problema continuam as mesmas: fiscalização nas residências e empresas para ver se há criadouros e campanhas de conscientização. “O Centro de Controle de Zoonoses trabalha no combate à dengue durante todo o ano e as ações são intensificadas no período de dezembro a abril, mas cabe a cada um manter reservatórios de água tampados”, aconselha Cândida Rosa.

Alerta

Em entrevista para o RD publicada na edição de 13 de fevereiro, a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses de Diadema, Carla Cruz, já alertava para a questão do armazenamento inadequado da água da chuva. Ela apontava este como o principal fator para o aumento do número de registros. “A manutenção da água é uma dica importante, precisa limpar o recipiente, colocar a tela que protege, entre outras ações”, disse na ocasião.

Até aquele momento, Diadema era a cidade mais afetada com 19 casos confirmados.De lá para cá, o número de registros cresceu 210,52% e passou para 59 confirmações, sendo 31 autóctones e 28 importados.

Santo André aparece como a terceira cidade com maior número de pessoas com a doença, 40 ao todo, sendo oito autóctones, 20 importados e o restante em investigação para certificar a origem. Em janeiro eram seis. Os bairros mais atingidos são vila Palmares, Sacadura Cabral, jardim Ana Maria, vila Curuçá e Cidade São Jorge. Em janeiro havia seis confirmações.

Outras três cidades do ABC merecem atenção. Em Mauá foram confirmados 33 casos até o momento, oito autóctones, 17 importados, e o restante sob investigação. Já em São Caetano, há o registro de 25 casos. “É muito importante que os moradores abram a porta para os nossos agentes. Todos estão devidamente uniformizados e identificados com crachás”, explica Caio Williams Castro Júnior, Secretário de Saúde de São Caetano.

A cidade com o menor número de pessoas contaminadas é Ribeirão Pires, com três casos importados. Em Rio Grande da Serra não há nenhum caso confirmado. (Colaborou Érika Daykem)

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