Lula recebe diretores de Agência de Desenvolvimento do ABC

Rafael Marques, apresentou a Lula a necessidade de ampliar a discussão sobre as ferramentarias

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã desta terça-feira (3) representantes da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC para tratar sobre demandas da indústria na região. O presidente da entidade e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, apresentou a Lula a necessidade de ampliar a discussão sobre as ferramentarias na pauta do Governo Federal e de estender o prazo do programa Inovar-Auto, em vigência até 2017.

Acompanhado do presidente da CUT, Vagner Freitas, do secretário executivo da Agência, Giovanni Rocco, de empresários e membros do Arranjo Produtivo Local do setor e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Marques listou avanços já conquistados na política industrial do país, entre elas a Lei que criou o novo Regime Automotivo, o decreto que estabeleceu a rastreabilidade do conteúdo local de componentes dos veículos produzidos no país e a publicação da Portaria Interministerial 318/2014, que definiu as etapas de produção do ferramental e autorizou às montadoras a reversão de investimento de P&D e Engenharia para o setor em créditos para desconto no IPI.

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“A região do Grande ABC está trabalhando, por meio de articulação entre Poder Público, empresas, universidades, sindicatos e trabalhadores, para levar ao Governo as demandas da indústria. Influenciamos e participamos ativamente do processo de construção do Inovar-Auto e, por meio do APL Ferramentaria, garantimos a inclusão da comprovação de Pesquisa e Desenvolvimento associada ao projeto ferramental no Brasil. Esse é um ganho para todo o país, mas precisamos ir além”, declarou Marques.

Para o presidente da Agência e do Sindicato, é fundamental incluir na pauta do Governo Federal a criação de programa pró-ferramentaria junto ao BNDES, como forma de disponibilizar crédito às micro e pequenas empresa que fazem parte da cadeia automotiva.

De acordo com informações apresentadas pelo APL Ferramentaria, com o Inovar-Auto, além da ampliação dos investimentos das montadoras na cadeia, a demanda por peças crescerá, uma vez que o novo regime automotivo estipula o índice de nacionalização de peças dos carros em 60%.

“Temos hoje no Brasil capacidade instalada de 6 milhões de horas. Nossa demanda ficará em aproximadamente 15 milhões de horas. Precisaremos quase triplicar o número de ferramentarias, de ferramenteiros e de capacidade de produção. Para isso, precisaremos melhorar a qualidade, reduzir prazos de entrega, reduzir custos, realizar o intercâmbio de mão de obra, reestruturando as empresas e melhorando a gestão”, afirmou Carlos Manoel de Carvalho, membro do APL Ferramentaria do ABC.

As ações de fortalecimento da cadeia automotiva contribuem para que o setor ganhe competitividade, aumente o potencial produtivo e o prepara para atender as novas demandas, inclusive com a chegada de novas fábricas para o Brasil, também estimulada pelo Inovar-Auto.

“É fundamental para o país ter estratégias setoriais como passou a ter no setor automotivo, criando contrapartidas para quem quer explorar o mercado brasileiro, que é disputado mundo afora. Precisamos ter estratégia de defesa para o mercado interno, para reverter o déficit da balança comercial brasileira, e criar condições e atratividade para investimentos externos do Brasil. Exemplos no mundo nos dão a certeza de seguir nesse caminho. A Coreia é um exemplo mais próximo do quadro brasileiro, de uma política industrial agressiva que deu resultados positivos”, concluiu Marques.

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