Estoque de apartamentos tem redução de 34,3%

No ABC, setor de construção civil deve manter os patamares de vendas de 2014

A redução dos estoques de imóveis novos nas cidades da região é a boa notícia da Pesquisa Imobiliária Anual apresentada na tarde desta terça-feira (3) pela ACIGABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC). Segundo informações da entidade, em 31 de dezembro de 2013 havia 4.202 apartamentos a espera de um comprador. No mesmo dia e mês de 2014, esse número era de 2.760 unidades, ou seja, diminuição de 34,3%.

O resultado traz um certo alívio para o setor de construção civil porque no ano passado, na medida em que os estoques baixaram, o número de lançamentos e de vendas também diminuiram. “Com estoques menores é possível às empresas do setor investirem em novos lançamentos”, comentou Milton Bigucci, presidente da ACIGABC.

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Quanto aos lançamentos, foram 5.077 unidades no acumulado de dezembro a janeiro de 2014, 41,7% menos que em 2013, quando as empresas lançaram 8.707 apartamentos. As vendas também apresentaram expressiva queda de 33,6%, 6.680 unidades comercializadas no ano passado contra 10.054 em 2013.

Momento
Com vendas em baixa e estoque ainda alto, Milton Bigucci avalia que o momento é bom para o consumidor, que pode negociar descontos para a compra de um imóvel novo que faça parte desse estoque a ser comercializado. Ele explica que em todo o Estado há boas promoções, principalmente na baixada santista, onde as construtoras acreditaram que o pré-sal impulsionaria as vendas e agora vivem momentos de incerteza. No ABC não houve esse problema, mas quem pesquisar poderrá se dar bem.

“Há empresas que precisam se livrar de apartamentos parados para honrarem seus compromissos. São casos pontuais, porém, eles existem. Com as vendas em queda, esse é o momento certo para ir às compras”, afirmou.

No entanto, Bigucci não vê possibilidade de os lançamentos serem feitos com preços menores para chamar a clientela. “A situação é outra. Quem começar a construir agora, trabalhará com os custos atuais. O preço do material de construção reajustado, não vai cair. O salário de um empregado não pode ser reduzido. A oportunidade de preço menor está nos estoques”.

Ranking
São Bernardo é a cidade onde houve mais lançamentos. Foram 1.763 unidades (35% do total) contra 1.319 em Santo André (26%). Na sequência estão São Caetano, com 1.022 (20%), e Diadema, com 973 (19%). Mauá não apresentou lançamentos em 2014. O levantamento não incluiu Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. No total, a região recebeu R$ 2,07 bilhões em investimentos para construção de novos empreendimentos imobiliários em 2014.

Os empreendimentos de dois dormitórios são os que apresentam o estoque mais alto, 1.576 unidades ou 57% do total. O ranking é seguido pelos apartamentos de três dormitórios, com 659 apartamentos (24%), um dormitório, com 341 (12%), e quatro dormitórios, com 184 (7%).

Apesar dos números serem desvantajosos, as construtoras devem manter a aposta nos empreendimentos de dois dormitórios cujos preços variam de R$ 200 mil a R$ 400 mil, conforme localização e serviços que o lançamento agrega ao apartamento.

Expectativas
A expectativa é de que em 2015 o mercado tenha desempenho pelo menos semelhante ao de 2014. Os problemas econômicos e escândalos de corrupção, na visão de Bigucci, dão insegurança ao mercado e contribuem os maus resultados do setor imobiliário. “O trabalhador não compra por medo de perder o emprego. A empresa não investe porque teme não vender. Tudo tem de ser muito bem estudado. Será uma ano difícil”, disse.
 

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