Bolsa e mochila pesadas contribuem para artrose, adverte ortopedista

As amigas Angelina Bello e Marina Motta guardam cadernos, livros e até blusa de frio nas bolsas.

O excesso de peso carregado na bolsa ou mochila acarreta dores musculares e pode resultar em doenças, como artrose, que é a inflamação das articulações. O quadril e principalmente os joelhos estão entre as partes do corpo mais afetadas pela patologia. Segundo Nilson Severino, ortopedista do Hospital Brasil, é necessário calcular o peso máximo que uma pessoa pode carregar, relacionando com a altura do indivíduo.

O médico afirma que o ideal é carregar o mínimo possível para não sobrecarregar as articulações. Não existe tabela sobre o peso ideal, pois depende de cada um. “Se der três quilos para uma criança carregar é um excesso de peso, mas para um adulto não faz diferença”, diz.

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De acordo com Severino, é importante considerar outros fatores associados como a atividade desempenhada, a forma e o tempo que a pessoa suporta o peso diariamente. “Uma mochila, se transportada sempre no ombro direito, vai sobrecarregar a coluna em determinada área. Por isso que as mochilas são feitas com alças para serem colocadas nos dois ombros, para distribuir o peso”, afirma.

Um acessório preocupante é a bolsa feminina com uma alça só. “O certo é mudar de posição, não carregar muito peso, distribuir bem os objetos dentro da bolsa e saber o que tem dentro para não levar o desnecessário”, aconselha. O ortopedista conta que a má distribuição também contribue para a artrose. “A articulação que mais sofre é a do joelho, considerando o peso e altura do individuo”, diz.

Rotina

A rotina corrida do dia a dia, porém, leva muitos a não darem atenção para o peso carregado. As amigas Angelina Bello e Marina Motta guardam cadernos, livros e até blusa de frio nas bolsas. “Apesar de estar pesada, eu preciso de tudo que levo aqui”, conta Angelina. A estudante Beatriz Zanettini, de 18 anos, transporta todos os dias mais peso do que deveria. A jovem a sai da escola e vai direto para o trabalho, por isso carrega na bolsa tudo o que acha necessário. “Às vezes eu uso tudo que levo, mas às vezes não”, explica a garota, que reclama do peso por usar bolsa de uma alça só. “Costumo trocar de lado para não doer o ombro”, conta Beatriz.

Residente em Mauá, Tatiane Cesário também diz que não costuma fazer a checagem dos objetos que carrega dentro da bolsa. “Eu não posso dizer que uso tudo, mas sou uma pessoa prevenida, pois levo bastante coisa, de blusa de frio a papel”, justifica jovem.

(Colaborou Erika Daykem)

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