Espaços públicos sofrem abandono

Praça Ives Ota, em Santo André, abriga grande poça de água, que pode atrair o mosquito da dengue. (Foto: Évora Meira)

Quem anda pelo Centro de Santo André e adjacências tem a sensação de que a cidade é cuidadosa com todas as suas áreas verdes. Mas não é bem assim. A falha na manutenção tem transformado praças, jardins e canteiros – de bairros não tão distantes como se poderia imaginar –, em verdadeiros matagais. O RD circulou pelo município e constatou o problema.

Na vila Marina, a reportagem fotografou um jardim, nas esquinas das ruas Aimorés com Azaleia, em situação de total abandono. O mato está tão alto que crianças não brincam mais no playground. Os bancos se tornaram lugares de descanso para moradores de rua. “A Prefeitura até colocou uma luminária recentemente, mas foi só. O lugar só não está mais abandonado porque é frequentado por viciados em droga”, reclama, em tom de ironia, Silvio Sales, proprietário do bar e mercearia São Dimas, localizado próximo ao local.

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No mesmo bairro, uma praça entre as ruas Coronel Seabra e Paranapanema também necessitava de um bom corte na grama. A parte próxima às duas vias até estava em situação razoável, mas ao caminhar para o interior dela ficava claro o descaso.

O canteiro central da rua Ibirapitanga, na vila Pires, além de mato alto, tinha entulho acumulado. O instalador elétrico, Leandro da Silva, disse que desde outubro não vê funcionário da Prefeitura fazendo o serviço de capinagem. “Recentemente caiu um árvore e demoraram uns 10 dias para removê-la. O problema é que as pessoas aproveitam para jogar entulho”, lamenta.

Situação triste era da rua Adriático, no Jardim do Estádio. A grama do canteiro central se transformou em mato alto. No mesmo bairro, a praça Padre Pedro Lazzarin se encontra em estado lastimável. “Normalmente, aqui é assim. E quando fazem manutenção as pessoas quebram. Esse mato alto é perigoso porque junta carrapato, pulga e piolho”, disse. O enfermeiro aposentado, Alcides Domingos Machado, reforça a preocupação do amigo. “Até cobra a gente já encontrou aqui”, contou.

2º Subdistrito

A situação se repete em bairros do segundo subdistrito da cidade. Na avenida dos Estados, na altura do Parque João Ramalho, o mato às margens do rio Tamanduateí está mais alto do que os veículos que transitam pela via. Os aparelhos para exercícios físicos do parque integrado ao Cesa (Centro Educacional de Santo André), na rua Guido Poianas, no Parque Erasmo Assunção, estão quase escondidos pela grama alta.

O mesmo foi observado em uma rotatória no Jardim Rina, entre as ruas Jônia e Olavo Hansen, e no canteiro de uma calçada localizada na rua Apalaches, entorno do Parque Norio Arimura, no Parque Capuava.

Acúmulo de água dificulta combate à dengue

Se não bastasse o mato alto em diversas praças e jardins de Santo André a água da chuva empossada em alguns desses equipamentos públicos pode contribuir para a proliferação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue.

Um exemplo é a praça Ives Ota, perto da avenida Pereira Barreto. Nele há um pequeno lago esvaziado pelo período de estiagem. Mas com a chuva, formou-se uma poça d´água que se misturou ao lixo acumulado, o que prejudica a paisagem e gera um desconforto para a população. “Bem abandonado, aqui era um lago bonito e foi juntando lixo”, explica Maria Helena dos Reis, diarista e moradora da região, que passa pelo local todo dia.

Bastante frequentado, o Parque Regional da Criança também apresenta várias poças de água, que podem se transformar em criadouros do mosquito até dentro dos brinquedos. Segundo Vania Alves, moradora, a preservação dos equipamentos também é preocupante. “A manutenção dos aparelhos está deficitária. Tudo tem que se manter, não é só inaugurar e largar”, diz. Neste parque, a reportagem flagrou um tronco de árvore caído bem em cima de uma via de passagem.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura respondeu, por meio de nota, que o DPAV (Departamento de Parques e Áreas Verdes) “trabalha com cronograma de poda de toda a cidade. Vale lembrar que, no caso do Cesa Parque Erasmo, a capina será realizada na primeira quinzena de março. Quanto às poças nos parques, as equipes foram acionadas para verificação e providências imediatas”. (Colaborou Érika Daykem)


Praça Yves Ota, Santo André. (Foto: Évora Meira)  


Praça Yves Ota, Santo André. (Foto: Évora Meira) 


Praça na rua Guido Poianas, Santo André. (Foto: Marcelo de Paula) 


Calçada na rua Apalaches, Santo André. (Foto: Marcelo de Paula)
 

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