São Bernardo assina convênio para mapear empresas na área de defesa

Teixeira, da Antonelli, quer oferecer serviços de usinagem. (Foto: Pedro Diogo)

São Bernardo está prestes a assinar parceria com a Prefeitura de São José dos Campos e a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento da Indústria), órgão ligado ao Ministério da Indústria e Comércio (MDIC) para realizar diagnóstico detalhado do tamanho da cadeia com potencial de fornecimento na área de defesa. O convênio está em tramitação e vai mensurar todos os aspectos relacionados ao setor, principalmente a potencialidade e o tamanho do setor. A parceria faz parte do Arranjo Produtivo Local (APL) de Defesa, projeto de São Bernardo para estimular nova vocação econômica no município.

Para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, é difícil mensurar com exatidão o tamanho do setor. “Às vezes uma empresa já atua como fornecedora, por exemplo, de equipamentos para a CBC, principal produtora de cartuchos, que está em Ribeirão Pires, e ela pode aumentar o seu raio de atuação”, diz Jefferson José da Conceição, titular da Pasta.

Newsletter RD

São Bernardo possui atualmente 1.250 empresas e calcula que entre 50% a 60% produzem para o setor automotivo. “Se triplicar o número imaginamos que é o universo do ABC e a metade produz para o automotivo”, aposta o secretário. A ideia das Forças Armadas, segundo Jefferson, é o empresariado diversificar a linha de produção, inclusive quem já atua no segmento. “É importante a dualidade no mercado, não ficar totalmente dependente das Forças Armadas, do Estado”, comenta.

A estimativa da Secretaria é que entre 300 e 500 empresas tenham potencial de fornecimento para as Forças Armadas e outros organismos de defesa e segurança, como polícias, Corpo de Bombeiros, segurança privada, inclusive exportação.

Enquanto isso, o projeto do APL Defesa ganha corpo na região, com a pré-catalogação das empresas interessadas em fornecer produtos e serviços para as Forças Armadas ou para o mercado de base da indústria de defesa. A expectativa é catalogar, no mínimo, 200 empresas por meio da E.Brasil Catalogação, consultora de São José dos Campos, vencedora da licitação para operar os serviços no posto, que será inaugurado dia 19, no Paço. A catalogação é o primeiro passo para que uma empresa passe a fornecer às Forças Armadas.


Eliane, da Qualy-Med, diz que possui instrumentos de medição. (Foto: Pedro Diogo)

Empresários estão animados com novo nicho

O processo de pré-catalogação começou a agendar atendimento de interessados. A Indústria Mecânica Antonelli, de Santo André, marcou para o dia 23 de março visita à Sala do Empreendedor. Embaixo do braço o empresário Antonio Carlos Teixeira leva 29 anos de experiência em usinagem de qualquer peça que o cliente precisar. “A partir do desenho usinamos o que ele precisar”, avisa Teixeira, que já forneceu para a Mangels, ABB, Eletropaulo, Metrô, Tecfill e até para a Embraer. “A gente não sabe o que eles [Forças Armadas] precisam, então quem sabe não dará certo?”, comenta o fabricante, animado com o novo nicho de mercado.

Representante da Mitutoyo, Digimess, MSA, Starret e outros fabricantes de aparelhos de medição, a Qualy-Med Comércio e Serviços de Instrumentos de Precisão e Calibração, também em Santo André, acredita que tem mix para oferecer, como detectores de gás, controladores de temperatura e multímetros (mede tensão e corrente elétrica). “Já temos produtos e serviços, e atendemos a uma gama enorme de segmentos, exceto o de defesa que só falta um empurrãozinho”, afirma Eliane Cianciulli da Silva, supervisora comercial, que agendou visita à Sala para dia 24 de março.

Aeronáutica

Softwares de consultoria de processos, gestão empresarial e gestão agrícola são as ofertas que a R.E Sistemas, desenvolvedora de softwares em São Bernardo, pretende oferecer às Forças Armadas, caso o projeto da APL Defesa insira a pequena empresa na lista de catalogadas. “Uma vez a Aeronáutica nos procurou com interesse no nosso sistema de gestão agrícola, só não deu certo porque houve mudança repentina no comando e quem assumiu não deve ter se interessado pelo projeto”, conta Raul Monteiro, sócio-diretor da R.E.Sistemas.

Jefferson José da Conceição, adverte que a AgCat-C vai fazer a catalogação direta das empresas, mas elas precisarão acompanhar os editais e estarem cadastradas ao posto, que apenas vai ajudar no processo. Além disso, é preciso ter preço competitivo e navegar por conta própria no mercado. Interessados em fornecer para o setor de defesa devem solicitar agendamento pelo site www.industriadefesaabc.com.br.


Jefferson: é navegar depois. (Foto: Banco de Dados)
 

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes