A secretária de Educação de São Bernardo, Cleuza Repulho, será convocada pela Câmara Municipal a comparecer ao Legislativo para explicar o corte das merendas na rede municipal de ensino. O requerimento foi assinado por vereadores da oposição e da base aliada.
A convocação oficial deve ser feita na sessão ordinária da semana que vem, que será realizada na quinta-feira (19) por causa do Carnaval. A presença da secretária é aguardada para o dia 25 de fevereiro.
Durante a sessão desta quarta-feira (11) pais de alunos protestaram contra a polêmica medida adotada pela Prefeitura, com direito a panelaço na Câmara. O governo Luiz Marinho (PT) reduziu a merenda em 104 das 217 escolas municipais.
Um dos motivos que facilitaram a aprovação do que requerimento foi a insatisfação dos vereadores governistas com a forma que o Executivo lidou com o tema. Os parlamentares da base reclamam que foram pegos de surpresa com a redução da merenda e não ofereceram resistência à ideia de convocar a secretária de Educação.
“Não é possível que um tema tão polêmico, que poderia causar o que está causando, não fosse tomada em cima de estudos e pesquisas. Não é que não houve diálogo com os vereadores. A impressão é que não houve diálogo com a cidade inteira”, afirma o presidente da Câmara, José Luis Ferrarezi. O vereador Tião Mateus (PT) chegou a pedir a exoneração de Cleuza.
A redução das merendas em parte das escolas de São Bernardo veio a público na sessão da semana passada pelas mãos do vereador oposicionista Julinho Fuzari (PPS). “A pressão popular fez com que eles [vereadores governistas] mudassem o posicionamento deles”, afirma Fuzari.
A oposição já começa a se articular para garantir presença maciça de munícipes no dia em que Cleuza for ao Legislativo. O histórico de visitas da secretária à Câmara mostra que Repulho deve se preparar para aguentar pressão. Em março de 2013 ela esteve na Casa para explicar o atraso na entrega de uniformes e teve que falar debaixo de muita gritaria.
Redução
De acordo com a prefeitura de São Bernardo, a decisão visa eliminar desperdícios e foi tomada depois de dois anos de levantamentos junto às escolas, pais de alunos e especialistas em nutrição do município. A administração diz que identificou também casos de obesidade de alunos, o que também teria influenciado no corte.