Prefeitos do ABC cobram transparência sobre crise

Gestores criticaram governo do Estado em encontro na Capital. (Foto: Evandro Oliveira)

Quatro prefeitos do ABC participaram nesta semana de reunião na capital paulista para discutir a crise hídrica.

O encontro reuniu diversos prefeitos da região metropolitana, entre eles o idealizador da reunião, Fernando Haddad (PT). Do ABC estavam presentes Carlos Grana (Santo André), Paulo Pinheiro (São Caetano), Donisete Braga (Mauá) e Gabriel Maranhão (Rio Grande da Serra).

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A falta de transparência na gestão da crise foi a principal crítica feita pelos gestores presentes na reunião. O governo estadual foi representado pelo secretário de Recursos Hídricos, Benedito Braga.

“Não podemos ficar sabendo das decisões pela televisão”, comentou o prefeito Carlos Grana, em referência à possibilidade de rodízio de cinco dias sem água comentado por um dos diretores da Sabesp.

Planejamento

Para Murilo Valle, professor de Hidrogeologia da Fundação Santo André, a falta de planejamento estratégico na questão da água do Estado não é um problema de ordem técnica, mas político-administrativa.

“A Sabesp é muito gabaritada, mas a política tem sido ineficiente para planejar e minimizar os impactos ambientais. Na verdade, colocaram o lobo para cuidar dos carneiros, e tratam a água como produto e não como bem”, diz.

João Ricardo Guimarães Caetano, secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo, critica também o Estado. Afirma que a possibilidade de implantação do rodízio de água sistema 5×2 da água, anunciada pela Sabesp, é factóide.

“Também não se sabe quando será feito o tratamento da água e o prazo das obras, a impressão é de um grande improviso”, diz. Para João Ricardo, o município está hoje numa situação confortável em relação à água. “Temos boa reserva de água, mesmo assim estamos com algumas atividades junto à população”.

A represa Billings tem sido apontada como a salvação para os reservatórios em crise, o que preocupa autoridades do ABC.

“Queremos participar dessa avaliação, saber como muda a vazão da Billings. É preciso colaborar com os efeitos da crise, mas ao mesmo tempo impactar o o menos possível a vida da nossa população”, afirma o diretor de programas e projetos do Consórcio Intermunicipal, Hamilton Lacerda.
 

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