Especialistas ensinam economizar água

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A crise hídrica que tem tirado o sono de toda a região metropolitana também tem um lado positivo: em meio à ameaça de rodízio, o uso racional da água está entrando de vez na rotina de empresas e residências, o que pode levar a uma conscientização de consumo que perdurará mesmo depois que a crise passar.

As chances reais de colapso de sistemas de abastecimento, como o Cantareira, exigem atitudes que contribuam para reduzir o desperdício. O RD procurou especialistas para saber quais são as melhores dicas para reduzir a quantidade de água consumida e evitar a torneira seca.

“Pode ser um reservatório, um tambor para fazer contenção da água de chuva reduz de 30% a 35% o consumo de água, da conta de água. É lógico que utilizando bem essa água, para atividades menos nobres.”, afirma o professor de Engenharia Mecânica da FEI e mestre em Hidráulica, Jorge Hiroldo.

O Instituto Acqua recomenda utilizar balde ao invés de mangueira para lavar o carro e acumular muitas roupas para lavar ao mesmo tempo, além de reutilizar a água para limpar quintal e calçada. Confira outras dicas abaixo:

Escovar os dentes – 250 ml de água são suficientes. Feche a torneira enquanto escova os dentes ou até mesmo leve um copo com água para evitar o desperdício de água.

Sanitário – reaproveite a água do banho na descarga do sanitário. Durante o banho coloque uma bacia ou balde ao lado e a água que cair dentro pode ir para o vaso sanitário.

Lavar louça – tire o resto dos alimentos, deixe a louça de molho na cuba da pia e quando acumular bastante lave tudo de uma vez. É mais rápido e econômico.

Lavar roupa – deixe acumular muitas roupas antes de acionar a máquina. Armazene a água que sai do equipamento ou
no tanque para lavar quintal e calçada.

Lavar o carro – utilize balde ao invés de mangueira ao lavar o carro e faça isso no máximo uma vez por mês. No interior do veículo use aspirador de pó.

Banho – quem tem chuveiro a gás, recomenda-se colocar um balde embaixo do chuveiro enquanto a água não esquenta. E desligue o chuveiro enquanto se ensaboa.
Alimentos – para higienizar frutas, legumes e verduras, use hipoclorito de sódio, à venda em farmácias. Mergulhe os alimentos na água, pingue 2 ou 3 gotas do composto e aguarde alguns minutos.

Água de chuva – improvise um reservatório. A saída das calhas pode ser direcionada para bombonas. A água pode ser usada para lavar banheiro, calçada e quintal.

Rega de plantas – regue à noite, pois a água demora mais para evaporar e as plantas ficam úmidas por mais tempo. Evite pratinhos para não atrair mosquito da dengue.

Vazamentos – verifique se há vazamentos. Basta fechar registros da casa e ver se o relógio continua girando. Se positivo, chame um especialista para fazer o conserto.

Pets – alterne o banho com água e pelo seco. Misture um litro de água, uma xícara de álcool e uma xícara de vinagre. Borrifar numa toalha e passar no sentido contrário do pelo do cachorro. Depois, escovar no sentido do pelo.

Fontes: Instituto Acqua e veterinários.

Aproveitar chuva reduz até 35% na conta mensal

Segundo o mestre em hidráulica, Jorge Hiroldo, professor de Engenharia Civil da FEI, é importante a população ter reservatório extra, até um tambor, para guardar água em casa. Fazer contenção da água de chuva reduz de 30% a 35% na conta de água. “É lógico que utilizando bem essa água, para atividades menos nobres. Tem muita água indo embora sem usarmos”, diz o professor.

Na captação de água pluvial, basta aparar a água da calha do telhado e colocar um filtro, uma peneira ou um tecido, para reter as impurezas. É interessante que se coloque uma porcentagem de cloro, encontrado em farmácias e lojas de limpeza. “Pode ser água sanitária, também”, afirma. Giroldo recomenda tomar cuidado com improvisos, como uso de tambores e reservatórios e outros utensílios sem tampa, porque podem atrair insetos e doenças.

Quem resolve colocar uma segunda caixa d´água precisa ficar atento à estrutura da casa onde o reservatório vai ficar apoiado. “Se vai ser no piso térreo não tem problema, agora se for na cobertura da casa, tem de estar em cima de parede ou de alguma viga forte”, ensina o mestre. (Colaborou Caíque Alencar)